Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa deve autorizar neste domingo (17), em reunião da Diretoria Colegiada, o uso emergencial, temporário e experimental das vacinas do Instituto Butantan e da Fundação Oswaldo Cruz- Fiocruz. A data representa o penúltimo dia do prazo estabelecido pela própria Agência como meta para análise dos pedidos. A reunião que começou às 10h deve durar 5 horas e está sendo transmitida ao vivo, bem como a entrevista coletiva que terá início na sequência.
O Butantan pediu autorização para o uso emergencial da CoronaVac, desenvolvida em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac. Já a Fiocruz tenta a aprovação tenta a aprovação do imunizante desenvolvido pela Oxford e AstraZeneca. Ambas solicitações foram apresentadas em 8 de janeiro. A eficácia da CoronaVac veio aquém do esperado: 50,38%. Apenas profissionais da saúde foram voluntários nos testes, o que, de acordo com os responsáveis, explica o resultado.
Já a vacina da AstraZeneca apresentou um problema de metodologia no estudo de eficácia. Aplicou meia dose em parte dos voluntários e uma dose completa depois, quando o programa original era aplicar duas doses completas. Os 5 diretores da Anvisa irão votar pela aprovação ou não de cada uma das vacinas. A decisão é por maioria simples. Cada vacina será avaliada separadamente. Os diretores podem aprovar ambas, só uma ou nenhuma. Antes da votação, especialistas farão apresentações sobre os 2 imunizantes.
Eles vão apresentar dados sobre os estudos clínicos, a eficácia, as práticas de fabricação de cada laboratório e sobre o monitoramento de efeitos adversos às vacinas. Antes de os diretores votarem, especialistas farão apresentações sobre os 2 imunizantes. A diretora Meiruze Freitas é a relatora dos pedidos. Seu voto será lido depois das apresentações técnicas.
Na sequência, os demais diretores declaram se concordam com a relatora ou não. A decisão passa a valer, a partir, do momento em que houver a comunicação oficial ao laboratório. Os diretores da Anvisa são: Antônio Barra (diretor-presidente), Meiruze Freitas, Cristiane Jourdan, Romison Mota (diretor substituto) e Alex Campos.
Vacinação no Brasil
O Ministério da Saúde já afirmou que apenas os imunizantes aprovados pela Anvisa –em caráter emergencial ou definitivo— serão aplicados na população. A pasta não dispõe de nenhuma dose da vacina da AstraZeneca. A Fiocruz irá produzir o imunizante, mas ainda aguarda a importação de insumos para iniciar a fabricação.
O governo importou 2 milhões de doses da Índia, mas a entrega prevista para 16 de janeiro vai atrasar duas semanas. Nesta data foi iniciada a vacinação no País asiático – o que ocasionou o atraso na remessa das doses ao Brasil, segundo informou as autoridades indianas. O Butantan deve entregar 6 milhões de doses da CoronaVac ao Ministério da Saúde. Antes, quer saber quantas doses ficarão do Estado de São Paulo.
De acordo com o ministro Eduardo Pazuello (Saúde), a vacinação no Brasil começaria em 20 de janeiro . Oficialmente, a pasta trabalha com 3 hipóteses –na pior delas, a imunização pode começar em qualquer momento depois de 10 de fevereiro.