CARREIRO DIZ QUE HÁ SÉRIOS INDÍCIOS DE IRREGULARIDADES EM PAULISTA


    O prefeito em exercício de Paulista, Jorge Carreiro (PV), afirmou neste final de semana, que, enquanto esteve no cargo, encontrou o que chamou de “sérios indícios de irregularidade” na gestão de Júnior Matuto (PSB). “Nós encontramos na cidade sérios indícios de irregularidades em muitas áreas. Na educação, nas políticas sociais. Indícios de erros, de desvios, de improbidade. Foram vários. Nós copiamos todos”, afirmou.

     Por decisão do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, Júnior Matuto deverá retornar ao cargo nesta segunda-feira (10). Matuto estava fora da prefeitura desde o dia 21 de julho. No dia 22, Carreiro, que é vice-prefeito de Paulista, assumiu a administração e mandou afastar 1.970 funcionários de cargos comissionados da gestão de Matuto, incluindo todos os secretários municipais.

  “Hoje nós tivemos o maior problema para sair de dentro dos prédios. Ainda sou prefeito e os secretários que botei também estão nos cargos. Mas os correligionários dele, foram para dentro do centro administrativo e constrangeram as pessoas. Botaram para fora, trocaram cadeados, trocaram as fechaduras e impediram as pessoas saírem com suas pastas de trabalho, alegando que elas  estavam desviando coisas da prefeitura”. Chegou-se, inclusive, ao constrangimento de a secretária Teresinha Mousinho, da Saúde,  ter que abrir a mala do carro para mostrar que eram cópias de documentos que estávamos buscando para levar aos órgãos de controle. Fizemos um Boletim de Ocorrência (BO.)”, relatou Carreiro, que é rompido politicamente com Matuto, desde 2017.

    Carreiro afirma que Júnior Matuto, ao voltar ao cargo, deveria “corrigir os malfeitos”. “É um governo que volta por irregularidades que a polícia levantou e o prefeito acha que o correto é fazer o que estava sendo feito antes, inclusive readmitindo pessoas que não estavam trabalhando. Ele poderia ter vindo corrigir seus malfeitos-  se é possível corrigir todos. Mas todos os malfeitos, ele teria que corrigir. Se eu tenho um conselho a dar – tenho praticamente a idade para ser pai dele –  é esse. Mas, tenho certeza de que desse assunto a Justiça haverá de cuidar”.  

“Mandamos muitas informações para os órgãos de controle, de Ministério Público, passando por Tribunal de Contas do Estado (TCE-PE) e Draco. Há problemas na Saúde, Educação, Políticas Sociais, Previdência, Administração, Controladoria. É um sem número de problemas em todos os cantos”, continuou o  Prefeito em exercício. 

 Jorge Carreiro também fez uma série de denúncias sobre supostas irregularidades na gestão de Júnior Matuto. “Há indícios de pagamentos de produtos que não conseguimos verificar o recebimento, por exemplo. Tem pagamento de gráficas investigadas na Operação Casa de Papel (da Polícia Federal) de mais de R$ 1 milhão que a gente não sabe o que foi e não tem registro do que foi entregue. Outro exemplo é a merenda escolar, que só serviram em 45 dias de aula este ano, e acabou todo o recurso em seis meses. Sabe-se que só foram entregues duas remessas de merenda. Encontramos três mil cestas básicas jogadas no chão, acondicionadas junto com insetos, conforme laudo da Vigilância Sanitária” destacou. 

  “Em Políticas Sociais, para você ter uma ideia, tem um campeonato brasileiro de futsal, que está para acontecer aqui e a prefeitura tem para gastar R$ 3 milhões; Na casa de acolhimento, para crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social, não tinha comida. Eles viviam de caridade, as pessoas doando para ter como fazer comida. Nesse caso a gente conseguiu resolver, pagando o fornecedor”.

“Há mais de 100 funcionários ligados a um contrato terceirizado, que não têm ponto, localização, ninguém sabe onde estão. Qual a distribuição das políticas de assistência social? Por exemplo, o leite, no programa Leite de Pernambuco, eram feitas por Ongs ligadas ao ex-secretário, que é vereador e ONGs ligadas ao prefeito afastado. Também houve saque no Fundo de Previdência para pagar despesas de pessoal de maneira indevida. Fora as irregularidades que foram a causa do afastamento do prefeito”, disse Jorge Carreiro. 

   “O imóvel onde funciona  a  Casa de Acolhimento, que eu disse que estava faltando comida, o aluguel era de R$ 6 mil. Estava caindo aos pedaços, se a gente fosse alugar, não era mais de R$ 1 mil. É muita irregularidade”, atacou Jorge. “Estamos juntando. O processo no qual o prefeito foi retornado ao cargo estava em segredo de Justiça, não sei por quê. Ele, inclusive, tinha entrado com um pedido no Superior Tribunal de Justiça (STJ), que não tinha se pronunciado. No mesmo momento que entrou no STJ, pediu no STF a mesma coisa” disse Carreiro. . 

  Juridicamente, é uma irregularidade, você não pode pedir a mesma coisa em duas cortes diferentes. É um negócio que a gente fica de queixo caído. A cidade está constrangida com essa situação. Em dias modernos, de hoje, você ter uma situação como essa é de saltar os olhos. A gente espera que a população de Paulista dê a sentença final no momento certo”, concluiu o vice-prefeito de Paulista.

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