CARROS DE BOI MOVEM METRÔ DE SÃO PAULO NAS TREVAS DO APAGÃO

MONTANHAS DA JAQUEIRA – O que provocou o apagão em São Paulo? Especialistas, PhDs e sábios do sistema elétrico explicaram que um mosquito invadiu os geradores de energia e derrubou as linhas de transmissão. Foi um mosquito apocalíptico.

O inseto já está preso na Papuda sob acusação de conspiração energética antidemocrática e poderá ser condenado a 20 anos de cadeia, sem anistia. Tudo indica que o mosquito malvado estava a serviço do comedor de bolos comunista para prejudicar a candidatura do prefeito Ricardo Nunes. Vamos investigar.

O apagão do mosquito causou mais estragos em São Paulo que o furacão Milton na Flórida. Na temporada das trevas milhões de moradias e o comércio foram afetados pelo apagão. A Pauliceia Desvairada de Mário de Andrade virou uma cidade fantasma. Duendes e lobisomens circulavam nas ruas. O metrô ficou sendo movido por carros-de-boi. Os passageiros cantavam: “Carro de boi que não geme não é bom”.

Também circulavam larápios para roubar celulares e comprar uma cervejinha. As bruxas voavam a bordo de vassouras. Elas criaram o serviço Uber-Vassoura. Carruagens e carroças puxadas por pangarés transportavam as sinhazinhas e os sinhozinhos. Ressurgiu a profissão dos acendedores de lampiões. Quanto romantismo! O Governo vai promover concurso para contratar acendedores de Lampião.

O Acendedor de Lampiões

“Lá vem o acendedor de Lampiões de rua!
Este mesmo que vem infatigavelmente,
Parodiar o sol e associar-se à lua
Quando a sombra da noite enegrece o poente!
Um, dois, três lampiões acende e continua

Outros mais a acender imperturbavelmente,
À medida que a noite apenas se acentua
E a palidez da lua apenas se presente.
Triste ironia atroz que o senso humano irrita:
Ele que doira a noite e ilumina a cidade
.

Talvez não tenha luz na choupana em que habita.
Tanta gente também nos outros insinua
Crenças, religiões, amor, felicidade,
Como este acendedor de lampiões da rua”
.

Jorge de Lima

Dia 1 de outubro, ao retornar da posse da presidente do México, Claudia Sheinbaum, um pássaro bolsonarista mergulhou na turbina do teco-teco presidencial e quase provoca um desastre de aviação. Por conta disso, o Governo vai investir 1 bilhão de denários para renovar a frota de teco-tecos da Presidência da República e fazer uma varredura nos céus para evitar a presença de pássaros mal-intencionados.

Esta Terra de Vera Cruz, a terra da verdadeira cruz, é o reino dos apagões. Na Região Amazônica, de 38 milhões de habitantes, mais de 40 por cento da população vivem privados de saneamento e água potável. O nome disto é apagão hidráulico. Nem quero falar do apagão de segurança pública, porque seria chover no molhado.

Nesta República dos apagões, os privilégios e as mordomias das elites são protegidos por Domos de Ferro importados de Israel. Ao contrário da plebe ignara, as majestades da República respiram oxigênio enriquecido com poeira de estrelas.

Por: José Adalberto Ribeiro – Periodista, escritor e quase poeta

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