Testes em massa da potencial vacina russa contra Covid-19 – a primeira a obter aprovação regulatória de um órgão nacional – começam na próxima semana e vão envolver mais de 40 mil pessoas, em 45 laboratórios em território russo. Eles serão supervisionados por um comitê estrangeiro de pesquisa, segundo anúncio feito nesta quinta-feira (20), por um diretor do Instituto Gamaleya, de Moscou, que desenvolveu o projeto.
Esses foram os primeiros detalhes sobre a forma e a proporção do ensaio em estágio avançado da vacina que pretende afastar as preocupações de alguns cientistas sobre a falta de dados fornecidos pela Rússia até agora. A vacina chamada Sputnik 5 – em homenagem ao primeiro satélite do mundo, lançado pela União Soviética – foi recebida como segura e eficaz pelas autoridades e cientistas russos após dois meses de testes em humanos, numa pequena escala, cujos resultados ainda não foram tornados públicos.
No entanto, especialistas ocidentais têm sido mais céticos, alertando contra o uso, até que todos os testes sejam aprovados internacionalmente e as medidas regulatórias, tomadas e provadas com sucesso. “Uma série de países está travando uma guerra de informação contra a vacina russa”, disse Kirill Dmitriev, chefe do Fundo Russo de Investimento Direto (RDIF), que está apoiando a vacina. Os dados da imunização serão publicados em um jornal acadêmico no final deste mês, afirmou ele.
A Rússia recebeu pedidos globais de até 1 bilhão de doses e tem capacidade para produzir 500 milhões, por ano, através de parcerias de fabricação, acrescentou Dmitriev. Um diretor do Instituto Gamaleya, de Moscou, que desenvolveu a vacina disse que, os dados estão sendo fornecidos à Organização Mundial da Saúde – OMS e a vários países que estão considerando participar do estudo em estágio avançado, incluindo Emirados Árabes Unidos, Índia, Brasil, Arábia Saudita e Filipinas.