Uma vacina contra a Covid-19 que não usa vírus em sua formulação, desenvolvida pela Covaxx – subsidiária americana da Biofarmacêutica United Biomedical – deve começar a ser testada no Brasil até o início de 2021. Anúncio feito na quarta-feira (9) pela Dasa, empresa brasileira de diagnóstico médico.
Os testes clínicos de fase 2 e 3 serão feitos no país com pelo menos 3.000 participantes e contam com apoio das empresas Dasa, MRV, Localiza e Banco Inter, que juntos doaram R$ 30 milhões para a iniciativa. A imunização, que ganhou o nome de UB-612, é baseada em peptídeos sintéticos que imitam proteínas do novo coronavírus, para induzir resposta imunológica.
“Estudos pré-clínicos têm mostrado alta capacidade de produzir resposta imune e alta quantidade de células neutralizantes contra o Sars-CoV-2”, diz um comunicado da empresa. A Covaxx tem apresentado seus resultados em conferências científicas e prepara publicações dos dados em periódicos, segundo, o diretor-médico da Dasa, Gustavo Campana, .
Atualmente, as vacinas da Sinovac e da AstraZeneca são testadas em milhares de pessoas no Brasil. Para Campana, a vacina da Covaxx pode ser mais segura e ter capacidade maior de produção em larga escala, por não depender da presença do vírus ou de partes dele, o que exige o cultivo do patógeno.
Um estudo clínico de fase 1 com a imunização já está em andamento em Taiwan. De acordo com Campana, a divulgação desses resultados deve ser feita até novembro. A partir daí, os protocolos do estudo clínico no Brasil serão submetidos à Comissão Nacional de Ética em Pesquisa – CONEP e à Anvisa — Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
As fases 1 e 2 de testes clínicos são feitas, geralmente, com algumas centenas de pessoas e servem para avaliar a segurança e a dose necessária para gerar imunidade. A fase 3 é a mais extensa e deve ser feita com milhares de participantes. É essa última fase que comprova a capacidade que a imunização tem de gerar proteção contra a infecção.
Se a UB-612 se mostrar eficaz, a Covaxx afirma que garante a distribuição de 10 milhões de doses para o mercado privado brasileiro. A empresa diz que reserva outras 50 milhões de doses para a rede pública de saúde brasileira. A disponibilização dessas doses depende dos resultados dos testes e das negociações da Covaxx com empresas e com o governo brasileiro. A empresa explicou, que, a previsão é de que 500 milhões de doses da vacina sejam produzidas em 2021.