ESTOMATOLOGIA MELHORA QUALIDADE DE VIDA DO PACIENTE COM CÂNCER DE BOCA, DIZ ESPECIALISTA

No próximo 20 de março é celebrado o Dia Mundial da Saúde Bucal. E uma doença ligada ao órgão pouco alertada é o câncer da cavidade oral, também chamado de câncer de boca.

A estimativa é o surgimento de 15.100 ocorrências, no triênio de 2023-2025, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), fazendo com que esse subtipo ocupe o oitavo lugar entre os tipos mais frequentes no País. Para Pernambuco, calcula-se que 580 pessoas desenvolvam a doença.

A Estomatologia é uma especialidade por meio da qual é possível detectar doenças na boca, dentre elas, o câncer. Os estomatologistas são os profissionais indicados para analisar e realizar biópsias de lesões, contribuindo para o diagnóstico precoce de algum tumor, seja maligno ou não.

A cirurgiã dentista da Radioterapia Oncoclínicas, Ane Veiga, acrescenta que a área traz inúmeros benefícios não apenas para os pacientes com câncer de boca, mas também é indicada para os outros subtipos. “Conseguimos dar qualidade de vida antes, durante e após o tratamento e isso é muito importante pois essas pessoas estão debilitadas fisicamente e emocionalmente”, explicou.

A especialista destacaou ainda, que a fase inicial é uma das mais importantes, porque é possível diminuir as toxicidades orais que são comuns ao tratamento oncológico, como a mucosite, cárie por radiação, diminuição do fluxo salivar e doenças oportunistas causadas por vírus, bactérias e fungos.

“Chamamos esse momento de adequação de boca. Eliminamos focos de infecção existentes ou outros que possam vir a ocasionar uma agudização durante o tratamento. Para isso, solicitamos um exame de imagem chamado radiografia panorâmica para avaliar e planejar o que precisará ser feito em cada paciente”.

Com o resultado, são avaliados pontos como a necessidade de extração dentária, realização de restauração em dentes cariados, de canal, além de limpeza de tártaro, entre outros processos. “As toxicidades orais dificultam a alimentação do paciente, diminuindo sua imunidade. Quando isso acontece, o tratamento oncológico pode ser interrompido e isso não é bom. Então, nosso objetivo é evitar que elas atrapalhem o bom andamento do processo”.

A segunda fase é voltada para o acompanhamento. “Nesse momento, realizamos a fotobiomodulação, também conhecida como laserterapia, que é muito eficaz contra as toxicidades orais. Ela ajuda a minimizar e a tardar os efeitos da mucosite.

Estudo publicado na Revista Brasileira de Cancerologia, em 2020, mostrou que o uso dessa terapêutica é importante na prevenção e na redução da severidade da mucosite oral, diminuindo o número de internações pela inflamação e os atrasos no protocolo. Além disso, conseguimos fornecer substitutos salivares para os que apresentam diminuição do fluxo salivar”, acrescentou.

A terceira etapa é a fase para recuperar e reabilitar essas pessoas. “Colocamos prótese nos pacientes em que precisaram retirar dentes no começo do tratamento. Dessa forma, podemos devolver a autoestima e, com isso, eles relatam se sentirem incluídos na sociedade mais uma vez”, relatou Ane.

CÂNCER DE BOCA

Também conhecido como câncer de lábio e cavidade oral, ele afeta a língua, céu da boca, bochechas e gengivas. O dentista é o primeiro profissional a perceber os sinais iniciais, lesões chamadas de leucopasia (manchas brancas ou acinzentadas) ou eritroplasia (manchas vermelhas que podem sangrar facilmente), que nem sempre são malignas, mas também podem ser pré-cancerígenas e precisam ser tratadas.

Geralmente, a principal causa para leucopasias e eritoplasias é o fumo, porém, essas também podem se desenvolver devido a uma prótese mal ajustada que irrita a língua ou a parte interna das bochechas.

Os principais tipos de cânceres de boca são Carcinoma verrucoso, tipo raro que acontece nas células escamosas frequentemente encontrado na gengiva e bochecha; Carcinoma de glândulas salivares menores, que se desenvolve nas glândulas da mucosa da boca perto da garganta; Carcinoma de células escamosas, o mais comum, que acomete as células que revestem a boca e garganta; e cânceres relacionados a infecções por HPV.

Foto – Divulgação

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