O médico Jailson de Barros Correia, ex-secretário de Saúde do Recife, na gestão de Geraldo Júlio (PSB), ingressou com um “pedido de reconsideração” na Justiça Federal, para tentar impedir que a CPI da Covid-19, no Senado receba os documentos da Operação Apneia, que investiga a compra sem licitação de 500 respiradores testados em porcos. Informação foi divulgada com exclusividade, no Blog do Magno
A tentativa é para barrar o envio de documentos à CPI. Para justificar, os advogados de Jailson alegam novamente que a Justiça Federal é incompetente para apreciar a Operação. O argumento já foi rejeitado várias vezes, no TRF5, no STJ e na PGR, mas mesmo assim foi repetido. Outro argumento do “pedido de reconsideração” é o voto do conselheiro Carlos Neves, que já foi refutado em recente nota oficial da Polícia Federal. A petição de Jailson foi protocolada em 30 de abril, mas ainda não há decisão do Juiz Federal.
Fonte no Governo, sob reserva, revela que Geraldo Júlio teme o desgaste na CPI e que as imagens televisionadas sirvam de munição contra a candidatura do ex-prefeito em 2022. A mesma fonte diz que o entorno de Geraldo Júlio faz atualmente duras críticas ao conselheiro Carlos Neves, o qual segundo eles, teria metido “os pés pelas mãos”, escrevendo um voto muito fraco, que só teria aumentado as suspeitas sobre a Operação e o desgaste midiático.
Segundo a fonte, chegou-se a usar a palavra “ingrato”. Carlos Neves tem vários parentes nomeados em cargos comissionados nos governos do PSB, inclusive esposa, cunhada e tio. O eventual desgaste na Operação Apneia, bem como em outras investigações, que correm sob sigilo na Polícia Federal e ainda serão reveladas, podem ser usados como pretexto para preterir a candidatura de Geraldo Júlio em 2022. É isto que o entorno de Geraldo teme.
Pelo sim pelo não, segundo a fonte, o entorno de Geraldo já está levantando informações sobre os outros potenciais candidatos no PSB a governador. Segundo a fonte, um conselheiro do TCE já teria sido acionado para fazer um “pente fino” nas contas de órgãos por onde os nomes alternativos passaram, para averiguar se não tem algum escândalo a ser explorado na mídia. A manobra atual, lembra muito, a pré-campanha de 2014, na qual dossiês foram largamente usados para derrubar potenciais candidatos a governador pelo PSB, em fogo-amigo.