O foguete Long March-5B, usado no lançamento do módulo central da Estação Espacial Chinesa, na última quinta-feira (29), está retornando à Terra em uma descida descontrolada e pode atingir áreas habitadas nos próximos dias, conforme informou o Space News.
Depois de colocar o módulo Tianhe, em órbita, o impulsionador se separou do foguete. Porém, o primeiro estágio do Long March-5B também foi parar nesta região do espaço, por algum erro e o seu atrito constante com a atmosfera terrestre o tem arrastado cada vez mais para perto do planeta.
Viajando a 7 km/s, o estágio central do foguete chinês, que tem aproximadamente 30 metros de comprimento, 5 metros de diâmetro e pesa 21 toneladas, não deve se queimar por completo, durante a reentrada, como normalmente acontece com outros tipos de lixo espacial menores, justamente por causa das suas medidas.
Espera-se que partes dele resistam às altas temperaturas e caiam em uma área indefinida. O local exato da queda não pode ser apontado, pois há várias incertezas envolvidas no cálculo do efeito do arrasto atmosférico da nave, como: a expansão ou a contração da atmosfera, causadas pela atividade do Sol.
Apesar da dificuldade de estimar o local onde o foguete chinês irá cair e, também de definir a data, a inclinação orbital do objeto, de 41,5 graus, indica a sua passagem um pouco mais ao norte de cidades como Nova York (EUA), Madri (Espanha) Pequim (China), ao Sul do Chile e de Wellington (Nova Zelândia), segundo a publicação.
Sua queda deve acontecer em qualquer ponto dentro desta área, com uma maior possibilidade de que os destroços pousem no oceano ou em regiões desabitadas. Mas o alerta de risco para a população ainda permanece. Conforme o astrônomo Jonathan McDowell – que classificou o erro da agência espacial chinesa como “inaceitável” – o evento será a maior reentrada descontrolada de espaçonaves dos últimos anos.