MONTANHAS DA JAQUEIRA – Papa de aveia é uma comida deliciosa e também dá sustança. Mas, existe uma lei, segundo o estatuto dos degustadores de papa: deve-se comer pelas beiradas para não queimar a língua.
As beiradas da sucessão presidencial são as eleições municipais deste ano. A sucessão presidencial é uma papa quente com cascas de banana e pimenta malagueta. O poder é o mais afrodisíaco dos ingredientes culinários.
Em 2015, a Madame M, ex-prefeita, acusou a seita do cordão encarnado de corrupção e abandonou a sigla em São Paulo. Atualmente ocupava a sinecura de uma secretaria da prefeitura municipal. Esqueçam o que ela falou.
Tudo que foi dito está sendo multiplicado por menos 1. Ao ouvir a voz sedutora do guru vermelho, madame M voltou à cena do crime para ser candidata a vice-prefeita na chapa de um bolo ultra vermelho.
Mas, havia uma pedra no caminho, a candidatura da garota Tábata Amaral, do Partido Socialista. Ela é nascida e criada na periferia de São Paulo, onde a Madame M desfila com suas carruagens de luxo e brasão da família aristocrata paulista.
De origem familiar pobre, Tábata ascendeu na área acadêmica e política por méritos próprios. Conquistou bolsas de estudos para universidades americanas e optou por graduar-se em Ciências Política na Universidade de Harvard. Estreou na política como deputada federal em 2018 com 218 mil votos.
Além de competente e atuante, é formosa, animal raro na fauna política da esquerda, onde existem muitas bruacas de suvaco cabeludo. As bruacas dizem que os suvacos cabeludos simbolizam as florestas e a defesa da ecologia. O prefeito João Campos, que não brinca em serviço e tá doido pra casar, ficou ligado nela e falou: “Tábata, meu coração por ti gela”. Ela agora é quase pernambucana.
A turma do cordão encarnado deflagrou a operação para tratorar os adversários e alguns aliados. Disseram ao Doutor Chuchu, dirigente do partido de Tábata: você está proibido de participar do pré-lançamento da candidatura da garota na laje da casa dela em São Paulo. Entendeu?! Se desobedecer fica de castigo. O Doutor Chuchu é obediente.
O guru vermelho dobrou a meta: massageou o ego de João Campos, disse que ele tinha a matutês de Arraes e a sabedoria de Eduardo, só para insinuar que ele desestimulasse a candidatura da namorada em São Paulo. Ausentes o Doutor Chuchu e o namorado-prefeito, a candidatura da Tábata ficou pendurada no pincel.
Hostilidades – Desde a década de 1980 eu acompanho os trabalhos da Assembleia Legislativa e Governo do Estado. Nesse longo período não existe memória da atual falta de diálogo e hostilidades entre os dois poderes. Se não houver um freio de arrumação e diálogo verdadeiro entre as partes, a queda de braço se tornará insustentável e alguém vai dançar. Te liga, Raquel! Te liga, Álvaro Porto!
Por: José Adalbertovsky Ribeiro – Periodista, escritor e quase poeta.