JUÍZA FEDERAL RECEBE DENÚNCIA CONTRA EX-SECRETÁRIO DE SAÚDE DO RECIFE

A juíza federal da 36ª Vara da Justiça Federal, em Pernambuco, Carolina Souza Malta, recebeu denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal – MPF, “com efeito de instaurar o início da ação penal em desfavor do ex-diretor-executivo de administração e finanças da Secretaria Municipal de Saúde, Felipe Soares Bittencourt, Renata Deud Salomão Rameh Sarmento e Jones Marco de Arruda Moura

Segundo informações da Assessoria de imprensa da Justiça Federal de Pernambuco, eles são acusados de fraude em processo licitatório para compra de camas hospitalares pela Prefeitura do Recife. O caso é investigado na chamada Operação Bal Masqué da Polícia Federal.

A juíza federal determinou também que, o ex-secretário de Saúde, Jailson de Barros Correia, bem como a ex-assessora Mariah Simões da Mota Loureiro Amorim Bravo, sejam notificados para apresentarem resposta preliminar, por força do art. 514 do CPP. Segundo informações do MPF, esta última é gerente de Infraestrutura de Monitoramento da Secretaria Municipal de Saúde do Recife.

Jailson era secretário de Saúde da gestão de Geraldo Júlio (PSB). Felipe exercia cargo como homem-forte nas compras da Covid-19, na gestão passada. E, Mariah, ex-assessora da Secretaria, é também sobrinha de Sileno Guedes, presidente estadual do PSB. 

“Constato, ademais, que o fato narrado, em tese, constituem crimes, bem como não vislumbro a incidência de qualquer causa de extinção da punibilidade até então. Como se isso não bastasse, os delitos acima mencionados são de ação pública, portanto a legitimidade ativa, de fato, é do Parquet e não se exige qualquer condição de procedibilidade para a regular instauração e desenvolvimento do feito”, ressaltou a juíza federal Carolina Souza Malta.

De acordo com o MPF, na denúncia, as “apurações indicaram que a Delta Med foi contratada por meio de processo fraudulento de dispensa de licitação, com utilização de documentos públicos e particulares falsos e que contou com a anuência e homologação do então secretário de Saúde do Recife, para a aquisição de 250 camas hospitalares.

“Os equipamentos foram entregues com características, qualidade e funções inferiores em relação ao que havia sido previsto no contrato, bem como sem os colchões adquiridos. O procedimento licitatório foi fundamentado na Lei Federal 13.979/2020, que dispõe sobre as medidas para enfrentamento da emergência de saúde pública decorrente da pandemia. O valor total do contrato foi de R$ 642,5 mil. As camas seriam utilizadas nos hospitais de campanha”.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *