OPERAÇÃO DA PF MIRA PREFEITURA DE TIMBAÚBA, POR FRAUDE EM COMPRAS PARA A SAÚDE

A Polícia Federal – PF, através da Delegacia de Combate à Corrupção e Crimes Financeiros, deflagrou, nesta quinta-feira (20), a segunda fase da Operação Desmame. Desta vez, a ação mira a Prefeitura de Timbaúba, na Zona da Mata de Pernambuco, por supostas fraudes em licitações na compra de medicamentos e materiais para a área da saúde.

De acordo com a PF, a Operação objetiva desarticular suposta organização criminosa voltada à prática de fraudes em licitações, desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro. Ao todo, 22 policiais federais cumprem quatro mandados de busca e apreensão, no Recife na cidade timbaubense. As ações foram autorizadas pela 25ª Vara Federal da Subseção Judiciária de Goiana.

As investigações da PF indicaram que, nos anos de 2013 a 2016, houve fraude nos processos licitatórios realizados pela Prefeitura de Timbaúba, para aquisição de medicamentos e materiais odontológicos e hospitalares, com recursos destinados ao Sistema Único de Saúde.

“Inicialmente, verificou-se que das 7 licitações realizadas com o objetivo acima citado 6 foram vencidas pela mesma empresa, a qual teria apresentado proposta com preços até 50% inferiores aos preços de referência contidos nos editais de publicação dos certames e impraticáveis no mercado do ramo, angariando o montante de R$ 7.916.744,00”, afirma a Polícia Federal.

Após analisar as licitações, a Polícia Federal afirma que foram identificados indícios de direcionamento e de fraude à competitividade dos processos licitatórios. Investigadores também apontam possíveis vínculos entre a empresa contratada de forma fraudulenta e políticos do município.

A existência de movimentações financeiras milionárias entre empresas do grupo econômico de um dos políticos envolvidos – de nome não revelado – e a distribuidora de medicamentos contratada pela Prefeitura de Timbaúba é um dos fatos comprovados

A primeira fase da Operação Desmame foi deflagrada no dia 03 de fevereiro de 2021. A PF afirma que, na ocasião, “foi possível robustecer os elementos de prova, fortalecendo os indícios de utilização de pessoas interpostas (laranjas), para fins de ocultação das vantagens ilícitas obtidas pela organização criminosa, em prejuízo aos recursos públicos destinados à saúde dos cidadãos timbaubenses”.

Os suspeitos irão responder por supostos crimes de fraude à licitação, falsidade ideológica, peculato, lavagem de capitais e organização criminosa – a depender do grau de participação nos fatos apurados.

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