PCR INTERDITA COMÉRCIO DA LAGOA DO ARAÇÁ: COMERCIANTES SÃO SURPREENDIDOS COM A AÇÃO

Comerciantes que trabalham no entorno da Lagoa do Araçá, Zona Sul do Recife, foram surpreendidos com ação da Prefeitura do Recife – PCR, que interditou nove trailers que funcionam no período da noite, no local.

Os quiosques foram fechados pela fiscalização da PCR que, segundo os trabalhadores, não fez qualquer tipo de notificação anterior. Informações são do G1 Pernambuco.

Por meio de nota, a Prefeitura informou que a interdição ocorreu em conjunto com o Ministério Público de Pernambuco – MPPE, porque os comerciantes descumpriram a correta ocupação da rua. A gestão afirmou, ainda, que vai marcar uma reunião para reorganizar o comércio local.

Comerciantes afetados com o decisão afirmam que o problema é a falta de informação. Segundo eles, não houve notificação sobre as irregularidades, nem orientações sobre qual seria o procedimento correto para continuar vendendo na Lagoa do Araçá.

O casal de comerciante João Martins e Edite Almeida vendia espetinhos e bebidas no local há 18 anos. No início, o homem usava uma carroça puxada por uma bicicleta. Recentemente, conseguiu comprar um trailer. Ele disse que não esperava ficar sem emprego numa época tão difícil como a da pandemia de Covid-19.

“Eu fui para Afogados [Zona Oeste] fazer compras e vim para botar as bebidas para gelar, abastecer o comércio. Aí eu vi. Desanimei, porque não adiantava eu abastecer porque está proibido eu abrir”, afirmou o comerciante.

Segundo Edite Almeida, o trailer é a única fonte de renda da família. “A gente depende daqui para tudo, para pagar energia, pagar água, comida para os meninos, porque eu tenho uma menina de 7 anos e um menino de 16 anos. Eu nem sei o que dizer que vou fazer”, declarou.

Thayná Brandão vendia cachorro-quente e hambúrguer no local há seis anos. O trailer dela e da amiga foi o único que não foi interditado.

“Recolhemos nosso food truck todo final de expediente. Então, acredito que fomos as únicas não notificadas. Se é para regulamentar, exigir o que for, a gente está aqui para seguir os padrões, para fazer o que for correto. Precisamos que a prefeitura nos oriente, diga o que é necessário para continuarmos trabalhando. Porque precisamos muito disso aqui”, disse.

O vendedor Benivaldo Júnior mora na Lagoa do Araçá e disse que todos os comerciantes são conhecidos e estão no local há pelo menos cinco anos.

“Sou contra isso, porque isso gera empregos. No mínimo, aqui tem 30 funcionários. Cada empregado tem mais três. São 90 famílias que vão ficar desempregadas. Numa época de pandemia, quando não se gera emprego e o pouco que se gera estão querendo fechar as portas”, declarou.

Fotos: Reprodução TV Globo

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