Polícia Federal (PF) fecha o cerco e deflagra nesta sexta-feira (08), a segunda fase da Operação Outline, que investiga a atuação de organização criminosa no desvio dos recursos que deveriam ser empregados na obra de requalificação da BR-101.
De acordo com a PF, nove mandados de busca e apreensão e dois de prisão temporária foram expedidos, além do embargo de imóveis no Recife e no Município de Gravatá, Agreste do Estado. Em nota, a instituição informou que o valor total do contrato firmado para execução da obra supera R$ 190 milhões.
A maior parte do dinheiro é oriundo de repasse do Governo Federal para o Estado de Pernambuco e gerido pelo Departamento de Estrada e Rodagem -DER/PE . Nos relatórios da auditoria do Tribunal de Contas da União e Tribunal de Contas do Estado entregues a PF, aponta que a obra foi executada com material, de baixa qualidade, e pouca durabilidade, o que pode estar afetando trechos da rodovia já entregue à circulação.
Polícia Federal comunicou que está sendo apurado também, o possível envolvimento da Secretaria de Transporte do Estado, atualmente extinta, que era vinculada ao DER, nos desvios de dinheiro da obra, podendo haver recebimento de vantagens por pessoa ligada à pasta.
Na primeira fase da operação foram apreendidos documentos e mídias digitais, que mostraram outras evidências dos desvios, como por exemplo: transações entre empresa contratada para execução da obra e firmas fantasmas. Os valores levantados , chegam a aproximadamente R$ 4,2 milhões.
Além disso, foi constatado que ex-servidores do DER em Pernambuco, responsáveis pela fiscalização e liberação dos recursos da obra, tiveram acréscimo patrimonial incompatível com os seus rendimentos, nos últimos anos. Um dos investigados, segundo a PF, adquiriu bens de luxo, como embarcações, veículos, apartamentos e realizou diversas viagens ao exterior. Todos os bens adquiridos por ele, estão registrados em nome de terceiros.