Foto: Antonio Augusto /Secom /PGR
O procurador-geral da República, Augusto Aras, negou abertura de inquérito para investigar se o presidente Jair Bolsonaro tem ligação com o depósito de cheques feito pelo ex-assessor Fabrício Queiroz, na conta da primeira-dama, Michelle Bolsonaro. Queiroz é amigo da família do Presidente e trabalhou com o senador Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro Alerj.
Em manifestação enviada ao Supremo Tribunal Federal -STF, Aras disse que, o caso envolvendo Flávio Bolsonaro e Fabrício Queiroz já foi alvo de denúncia pelo Ministério Público do Rio e que não houve durante as investigações notícia de crime cometido pelo Presidente. “Inexiste notícia, porém, de que tenham surgido, durante a investigação que precedeu a ação penal em curso, indícios do cometimento de infrações penais pelo presidente da República”, disse Aras na manifestação.
“Os fatos noticiados, portanto, isoladamente considerados, são inidôneos, por ora, para ensejar a deflagração de investigação criminal, face à ausência de lastro probatório mínimo”, acrescentou. Aras pediu ao STF que arquive o pedido de apuração apresentado por um advogado. A decisão foi tomada em uma ação apresentada pelo advogado Ricardo Bretanha Schmidt, de Santa Catarina.
Queiroz, que chegou a ser preso por suspeita de envolvimento, em um esquema de desvio de recursos no gabinete de Flávio Bolsonaro, na Assembleia Legislativa do Rio, depositou R$ 72 mil em cheques na conta de Michelle Bolsonaro entre 2011 e 2018 – período em que é suspeito de operar a chamada “rachadinha”.
Além dos valores depositados por Queiroz, a mulher do ex-assessor parlamentar também fez repasses, no valor total de R$ 17 mil, à Michelle Bolsonaro, em 2011. Bolsonaro já reconheceu que os cheques depositados por Queiroz na conta da primeira-dama eram para ele próprio, afirmando serem pagamento de um empréstimo que teria feito a Queiroz.