Um dia depois de parte do forro de gesso do Hospital da Restauração – HR ter desabado, o vereador Tadeu Calheiros (Podemos) anunciou que ingressará com um Projeto de Lei Ordinária – PLO com o objetivo de exigir a manutenção periódica na estrutura física dos prédios que sediam os serviços públicos de saúde no Recife.
“O que aconteceu ontem foi uma tragédia sem óbito. E ocorreu por falta de uma manutenção. Infelizmente, ocupamos o noticiário nacional de forma jocosa por falta de prioridade da gestão para com a saúde”, disse, na reunião plenária híbrida que a Câmara Municipal do Recife realizou na manhã desta terça-feira (03).
O vereador aproveitou para parabenizar os profissionais de saúde que trabalham no Hospital da Restauração que, segundo ele, evitaram uma tragédia de grandes dimensões. “Um cano estourou e por isso caiu o gesso de parte do teto das alas vermelha e laranja do HR, que é onde ficam os pacientes que estão em situação mais crítica”.
“Eu parabenizo os profissionais de saúde porque eles agiram de forma rápida, colocando em risco a própria vida, para salvar os pacientes”. De acordo com Tadeu Calheiros, na área onde caiu o forro de gesso há muitos fios e a água do cano ficou escorrendo, oferecendo o perigo de choques elétricos.
“Lá, havia 96 pacientes. Todos eles acamados e intubados. Eles não podiam ser transportados em cadeiras de rodas e, enquanto eram transportados, precisaram, inclusive, de controle de respiração manual”, disse.
Tadeu Calheiros destacou que a ação dos funcionários da saúde “foi louvável e digno de parabéns”, mesmo trabalhando “em situação deplorável”. O Parlamentar lembrou que esses mesmos servidores receberam elogios, na fase mais crítica da pandemia de Covid-19, mas que depois dessa fase “continuaram trabalhando sem condições, sem reconhecimento”.
Ele ressaltou que, se houvesse uma manutenção da infraestrutura do prédio do HR, com o controle de vazão do sistema hidráulico, o acidente não teria ocorrido. “Simplesmente não existe manutenção programada por empresa em nenhum hospital público de Pernambuco”, afirmou.
Ele lembrou também, que em outro hospital, o Getúlio Vargas, há rachaduras onde é possível “colocarmos dois braços”. O vereador acrescentou que, em abril de 2021, parte do forro de gesso desabou no Setor de Imagem. Em julho do ano passado, ocorreu o mesmo junto da UTI.
Ainda segundo Calheiros, em novembro, parte do teto do Centro Obstétrico do Hospital Agamenon Magalhães também cedeu. Em dezembro, foi a entrada da Emergência do HR; e em janeiro deste ano, o forro do vestiário do Centro Obstétrico do HR. “Isso não é fatalidade. É falta de investimento e de manutenção”, pontuou.
Foto: Divulgação CMR