Em carta aberta divulgada no domingo (21), economistas, banqueiros, empresários e ex-ministros cobram o Governo Federal, por medidas eficientes contra a pandemia. O texto traz dados sobre os impactos econômicos da crise e sugere que as estratégias tenham alicerce em “informações confiáveis e evidência científica”. Informações são do Poder 360º.
Entre os que assinam a carta, estão: Roberto Setúbal e Pedro Moreira Salles – co-presidentes do Conselho de Administração do Itaú Unibanco; Edmar Bacha – um dos idealizadores do Plano Real; Sandra Rios – diretora no Cindes (Centro de Estudos de Integração e Desenvolvimento); Felipe Salto – diretor-executivo da IFI (Instituição Fiscal Independente) do Senado; Elena Landau – economista, advogada e presidente do Conselho Acadêmico do Livres; Pedro Parente – presidente do Conselho de Administração da BRF (Sadia e Perdigão); Paulo Hartung – ex-governador do Espírito Santo
E, mais : Luis Stuhlberger – sócio da Verde Asset; Fersen Lambranho – presidente do Conselho de administração da GP Investments; José Olympio Pereira – presidente do Conselho de Administração do Credit Suisse; os ex-presidentes do Banco Central: Ilan Goldfajn, Armínio Fraga, Affonso Celso Pastore e Gustavo Loyola; além dos ex-ministros da Fazenda: Pedro Malan, Marcílio Marques Moreira e Rubens Ricupero.
O texto pede uma coordenação nacional das medidas de distanciamento, hoje implementadas por estados e municípios de forma independente. ”A controvérsia em torno dos impactos econômicos do distanciamento social reflete o falso dilema entre salvar vidas e garantir o sustento da população vulnerável”, afirma o documento, citando países que inicialmente evitaram o lockdown, como o Reino Unido e terminaram por adotá-lo.
A carta diz, que, a recuperação econômica depende da retomada de confiança da população em relação ao perigo do vírus e de maior previsibilidade da situação de saúde. “Estudos mostraram que diante da aceleração de novos casos, a população responde ficando mais avessa ao risco sanitário, aumentando o isolamento voluntário e levando à queda no consumo das famílias mesmo antes ou sem que medidas restritivas formais sejam adotadas”.
A atuação do governo federal é criticada no documento, enquanto os governos estaduais são pouco cobrados por medidas de contenção do agravamento da pandemia. O pedido é por uma “ação competente” do Executivo e uma “coordenação em âmbito nacional que permita a adoção de medidas de caráter nacional, regional ou estadual”.
Segundo os economistas, os recursos da gestão Bolsonaro são mal utilizados. O encolhimento do PIB e o desemprego trazem “consequências sociais nefastas”, que dependem de uma “atuação competente” do Governo Federação. Como medidas indispensáveis no combate à pandemia, os autores sugerem uma aceleração do ritmo da vacinação, o incentivo ao uso de máscaras e implementação do distanciamento social, em caráter nacional. Carta na íntegra no site do Poder.