Grupo Oncoclínicas, em parceria com Dana-Farber Cancer Institute, realiza a partir desta quinta-feira (22) até o próximo dia 24, a 10ª edição do seu Simpósio Internacional, que este ano vai debater: “os desafios na equidade e foco na inovação no tratamento de câncer, no Brasil”
Os casos de câncer devem aumentar de forma significativa nos países em desenvolvimento até 2040, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). O crescimento de até 80% em diagnósticos representa um desafio a mais nessas nações, cujos limites econômicos são uma realidade.
De acordo com organizadores, o encontro objetiva discutir e propor caminhos para lidar com os desafios trazidos por esse cenário no Brasil e outros assuntos, como: o impacto causado pela pandemia de Covid-19
O evento reunirá mais de 250 palestrantes nacionais e internacionais no Centro de Convenções de Salvador, além de uma audiência esperada de mil especialistas de forma presencial e, ainda contará com transmissão ao vivo durante toda a programação.
Serão ao todo 16 módulos que debaterão formas de garantir acesso à população brasileira em geral aos últimos avanços da medicina nas frentes de desenvolvimento de pesquisa clínica, processos diagnósticos, medicina de precisão e tratamentos no enfrentamento do câncer.
“O olhar para a pluralidade é o grande desafio da oncologia. O acesso de todos aos medicamentos e tratamentos mais inovadores precisa passar também pela equidade no acesso a esse arsenal de combate à doença por pacientes oriundos de diferentes realidades sócio-econômicas. É preciso também atentar para as diferenças populacionais de etnia e especificidades de cada região”.
De fato, há muito sendo desenvolvido e essas alternativas são altamente eficazes, mas é necessário ampliar essa visão para que possamos efetivamente falar sobre medicina personalizada de forma democrática para toda a população mundial”, destacou o oncologista Carlos Gil Ferreira, diretor médico do Grupo Oncoclínicas e presidente do Instituto Oncoclínicas.
Hoje, o câncer já é a segunda maior causa de morte no mundo, exercendo pressão física, emocional e financeira sobre pacientes, famílias, comunidades e sistemas de saúde. Um índice de 30% a 50% das neoplasias poderiam ser evitadas por meio da adoção de melhores hábitos de saúde, como: não fumar, e medidas de saúde pública, por meio da vacinação contra doenças infecciosas causadoras de câncer,
Exemplo disto, é o caso do Papilomavírus Humano (HPV), que corresponde a 70% dos casos de tumores do colo do útero e está ligado ao aumento no risco de incidência de outros cinco tipos de câncer.
“Em países onde os sistemas de saúde são fortes, as taxas de sobrevivência de muitos tipos de câncer estão melhorando graças à disseminação de informações para conscientização sobre prevenção de causas evitáveis do câncer, à detecção precoce acessível, tratamento de qualidade e cuidados médicos de sobrevivência”.
“O câncer não é uma sentença de morte, é essencial esclarecermos os tabus sobre a doença, suas causas e condutas terapêuticas”, ressaltou o médico. Nesse sentido, é fundamental garantir que a população tenha acesso ao diagnóstico e tratamento dos mais variados tipos da doença, ressaltou o Oncologista.
Segundo dados de 2020 do Instituto Nacional do Câncer (Inca), os tumores malignos mais comuns em homens são próstata (29%), cólon e reto (9,1%) e pulmão, (7,9%), enquanto em mulheres são câncer de mama (29,7%), cólon e reto (9,2%) e colo do útero (7,5%).
INOVAÇÕES ONCOCLÍNICAS
Há ainda boas notícias em tratamentos e diagnósticos precoces que podem ajudar a desacelerar o avanço da doença. Estudos inéditos e inovações desenvolvidos pelos pesquisadores do Grupo Oncoclínicas também serão divulgados ao longo da programação do Simpósio.
Um deles é o Algenis, que foi selecionado para ser apresentado também na ESMO, o principal congresso europeu de câncer, e é voltado para pacientes que sofrem com a neuropatia periférica, uma das possíveis consequências do tratamento quimioterápico.
“A expectativa é que a gente divulgue esse e outros estudos que visam investigar e atender melhor os nossos pacientes e também divulgar um pouco das ferramentas e serviços que o nosso programa de pesquisa pode oferecer, não só para médicos mas também para desenvolver, capacitar e educar em pesquisa clínica diversos setores multidisciplinares”, pontuou Carlos Gil.