MONTANHAS DA JAQUEIRA – O genial Nelson Rodrigues decretou, monocraticamente, que subdesenvolvimento não se improvisa, é obra de séculos. O Brazil cultiva, in secula secolorum, no dia a dia, o legado do subdesenvolvimento. Exemplo, o ensino em geral é uma fábrica de injustiças e desigualdades, sobretudo o ensino superior gratuito, um dogma das esquerdas irracionais.
O subdesenvolvimento é um gatinho dorminhoco deitado em berço esplêndido que não gosta de pegar no serviço. Miau! Isto não se aplica à maioria da população trabalhadora e sacrificada na vida que se vira como pode
A abertura de faculdades de Medicina e criação de novas vagas estavam proibidas no País pelo Ministério da Educação a pretexto de controlar a qualidade de ensino e a formação dos profissionais de saúde. Falso. O verdadeiro objetivo é atender ao lobby das entidades corporativas para manter as reservas de mercado, sempre elitizar e preservar os privilégios do setor, às custas do sacrifício da sociedade.
As elites do Brazil, todíssimas elas, de modo consciente ou não, fizeram opção preferencial pelo subdesenvolvimento. Está escrito nas entrelinhas institucionais (as entrelinhas falam mais que as linhas). De tal modo são perpetuados seus privilégios, às custas do sacrifício da maioria da população.
Há 50 anos e 60 anos os falsos iluminados discutem os mesmos problemas, de políticas sociais, investimentos, pobreza, desemprego, moradia, na toada da cantiga da perua, de pior a pior.
Daqui a mais 50 anos as peruas e os perueiros continuarão entoando a mesma ladainha. A ilha caribenha de Cuba, com uma população de 11 milhões de escravos (um pouco mais que Pernambuco), produz charutos e médicos em escala industrial.
Os charutos Cohiba e Romeo y Julieta são consumidos pelos burgueses que se comprazem em queimar dinheiro e por intelectualóides vermelhos que aspiram os vapores comunistas. Médicos e charutos cubanos fazem parte da pauta de exportação para financiar a ditadura comunista. Vai pra Cuba, bicho, ou pra Venezuela!
Com mais de 200 milhões de viventes, o Brazil cultiva centenas de milhões de toneladas de grãos, de ferro e proteínas animais para exportação. As universidades, sobretudo na área humanística, fabricam milhares de cérebros adeptos das teorias socialistas/comunistas e globalistas.
Com verbas orçamentárias bilionárias, porque as universidades não fabricam toneladas de médicos, a exemplo de Cuba? As entidades corporativas impõem a reserva de mercado para manter seus privilégios. O Brazil manufatura poucos contêineres de médicos, por ser esta uma mercadoria de uso restrito das forças de elite.
O sistema de cotas, programas Fies e Prouni apenas mitigam as injustiças de raiz do ensino superior. O doutor de consultório e o engenheiro da Petrobras não são mais inteligentes nem mais habilidosos que os caixas de supermercados e mestres de obras de construção. A questão é de oportunidade e de mobilidade social.
A parasitagem das castas da República prolifera desde a Corte de João VI, cujas cabeças estavam infestadas, por dentro e por fora, com piolhos,lêndeas e chatos quando aqui aportou em 1808 vindo fugida de Portugal. Ainda hoje os chatos importunam a República. A corrupção é um vírus sistêmico e jamais será erradicado. Faz parte do DNA do reino de Pindorama.
JOSÉ PAULO CAVALCANTI FILHO – Nos tempos tenebrosos de agora, ouve-se a voz altiva, lúcida e vigorosa do jurista José Paulo Cavalcanti Filho, ao publicar o artigo “Supremo Torpor”. Ouve-se também o silêncio pusilânime das elites que não fazem jus ao nome. Zé Paulo honra a consciência crítica desta Terra de Vera Cruz, a terra da verdadeira Cruz.
Por: José Adalbertovsky Ribeiro – Periodista, escritor e quase poeta