VEREADORES DE QUIPAPÁ APROVAM CONTAS DA PREFEITURA REJEITADAS PELO TCE

Um dia depois da gestão municipal permitir que prédios públicos fossem fechados por falta de pagamento de faturas de energia elétrica, os moradores de Quipapá se deparam com mais uma afronta à cidadania. Na manhã desta quinta-feira (20.08) a Câmara de Vereadores do município não só aprovou as contas do exercício de 2016 do prefeito Cristiano Martins (PSB), desconsiderando a rejeição das referidas contas pelo Tribunal de Contas do Estado, como impediu o acesso da população à sede do Legislativo e à sessão.
De acordo com o pré-candidato a prefeito pela oposição, Alvinho Porto (DEM), tanto a atitude da presidente da Câmara, Lindalva Trajano (PRP), quanto o endosso dos demais parlamentares à tal conduta são demonstrações do quanto o eleitor de Quipapá vem sendo desrespeitado pelo prefeito e pela casa legislativa.
“O TCE apontou falta de transparência na gestão municipal, mas a Câmara aprovou as contas de portas fechadas, numa evidente agressão ao direito dos cidadãos que pagam impostos, são obrigados a conviver com uma administração condenada pelo TCE e ainda estão proibidos de acompanhar a atuação dos vereadores”, diz. “Este tipo de desmando tem que ser denunciado e combatido. A pré-candidata do prefeito, Lucemar Dias (PP), representa a continuidade deste quadro de desrespeito e falta de transparência”, completa. 
Ao longo da manhã, moradores que tentaram entrar no prédio da Câmara foram barrados. Uma funcionária cuidava do portão que foi mantido fechado com cadeado (vejas nas imagens). Apenas os vereadores puderam entrar. “O povo de Quipapá não merece tanta falta de compromisso com o emprego correto dos recursos públicos e tanto desprezo à transparência e aos direitos”. 
Segundo informações divulgadas na imprensa em 2017, ano em que as contas de 2016 de Quipapá foram julgadas no TCE, o prefeito “não tomou as providências necessárias para dar cumprimento aos artigos da Lei de Responsabilidade Fiscal [LRF] que trata dos instrumentos de transparência da gestão fiscal e do acesso a informações”. 
O Tribunal ainda destacou que, na avaliação feita naquela época, Quipapá ocupava a 166ª posição, dentre os 184 municípios pernambucanos, no quesito “transparência”. Por conta dessas falhas, foi aplicada ao gestor uma multa, que corresponde a 10% do limite devidamente atualizado até julho de 2017.

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