ANTONIO MAGALHÃES: CUBA JÁ ERA. TURISMO SOCIALISTA É EM PERNAMBUCO

Cuba, a ilha de Fidel Castro, recebeu, em 2018, 4,75 milhões de turistas estrangeiros. Majoritariamente, segundo o Ministério do Turismo cubano, gente rica para apreciar seus resorts, charutos e rum de primeira qualidade. O custo da viagem para o turista classe média ficou alto com a economia dolarizada para os visitantes.

Existe uma melhor opção para o Socialista Classe A (SCA) que um dia pensou em visitar a ilha do Caribe, museu vivo do socialismo falido: vir a Pernambuco, ponto de convergência histórica da esquerda socialista de Arraes, Eduardo Campos e Paulo Câmara, que vem detendo o poder estadual há quase 20 anos.

Aqui o SCA pode encontrar os fetiches da esquerda, semelhantes a Cuba e em Reais, como o santuário em homenagem à mãe de Lula no Parque Dona Lindu, na praia de Boa Viagem. Projetado pelo comunista Oscar Niemeyer e construído pelo prefeito petista do Recife, João Paulo, a um custo de mais de R$ 20 milhões.

O Socialista Classe A pode também seguir o roteiro sentimental e ir à cidade de Caetés, onde nasceu o ex-presidente. Ver a casinha onde viveu e uma réplica do caminhão pau-de-arara que transportou sua família para São Paulo. E se impressionar com a trajetória do líder esquerdista, de migrante a presidente da República, milionário, e a condenado na Justiça por ter recebido propina. Impressionante e educativo.

Para o SCA saudoso da União Soviética, há possibilidade de visita ao terreno na cidade de Itacuruba, no sertão do São Francisco, onde está planejado a construção de uma usina nuclear, a nossa Chernobyl. Já aqueles afeitos do turismo socialista de aventuras podem se embrenhar em nossa Mata Atlântica para brincar de guerrilha rural numa Sierra Maestra cabocla.

A praia de Boa Viagem, a mais frequentada do Recife pelo povão, não é lugar para o SCA. O bom socialista vai aonde tem gente esclarecida, boa cabeça na esquerda e rica, devendo dar preferência às praias de Carneiros e Muro Alto. Nos jantares inteligentes, no dizer do filósofo Luiz Felipe Pondé, se discutem o destino do povo brasileiro e as opções de derrubada do presidente Jair Bolsonaro.

Se o SCA preferir ficar pelo Recife ele pode começar pela Zona Norte da capital, os bairros de Jaqueira, Parnamirim e Casa Forte, este último o mais importante e populoso gueto da esquerda caviar pernambucana, habitada pela elite do funcionalismo federal e estadual com seus polpudos salários. E há o que conhecer: por exemplo, o Jardim do Baobá, árvore centenária africana plantada à margem do rio Capibaribe. Se fosse gente, já estaria sufocada pelos abraços semanais dos adoradores politicamente corretos da cultura afro-brasileira.

Nesse gueto há também a possibilidade do SCA encontrar-se com o povão. Aos domingos, um rico consultor de empresas lidera caravanas em caminhadas pelo bairro. O Socialista Classe A conhece de perto os obstáculos do cotidiano da maioria dos cidadãos ao andar por calçadas esburacadas com perigo de assaltos. Ao final do passeio pelo Recife real, nada como um chá ou um café com bolinhos nas delicatessen de Casa Forte, onde um mero expresso sai pelo preço de meio quilo de café. Mas para essa turma não é problema.

Na área central do Recife, o Marco Zero é o ponto de concentração de grandes comícios eleitorais e shows. Nessa esplanada, a presidenta, hoje sem poder, e o seu mentor prometeram mundos e fundos para os pernambucanos, como a transposição das águas do Rio São Francisco, a Ferrovia Transnordestina e a Refinaria de Suape. Essa última saiu do papel com o calote de Hugo Chávez e distribuição variadas de propinas. E não funciona completamente até agora.

Mas a diversão é o que importa para o Socialista Classe A. O restaurante Dom Pedro na rua do Imperador, bairro de Santo Antônio, já foi um reduto de comunista durante os governos militares. De tanta trama oposicionista regada a uísque, só sobrou uma ressaca federal.

Os bares da zona norte continuam sendo os “aparelhos” onde a revolução é tratada pelos resistentes, que portam para o ataque frontal as atuais autoridades fake News em profusão e smartphones high techs.

Pernambuco tem o que o resto do Nordeste não tem: a aura do mais esquerdista estado da região. Uma Cuba brasileira, onde ainda existem comunistas, socialistas, petistas. E tem futuro: as “madraças” universitárias continuam formando militantes para perpetuar esse incômodo destino.

Por Antonio Magalhães – Jornalista

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