O Brasil comemora neste domingo, 13 de setembro, o dia nacional da bebida mais brasileira que existe: a cachaça. Estabelecida por Decreto de Lei, como bebida nacional em 2018, o líquido derivado da cana-de-açúcar é ganha-pão de pelo menos 30.000 produtores – sendo 98% deles, médios e pequenos – segundo dados do Centro Brasileiro de Referência da Cachaça – CBRC de 2019.
Seja como hobby ou negócio, um dos maiores atrativos para começar produzir a bebida é o baixo investimento. Com apenas 2.000 reais, é possível produzir sua própria cachaça. Criada pelos senhores de engenhos para compensar o baixo preço do açúcar, a cachaça passou a exercer grande influência na economia brasileira e a incomodar a Corte Real Portuguesa, que detinha o monopólio comercial de vinhos e aguardente no Brasil.
Com isso, a Coroa barrou a produção e venda da cachaça através de uma Carta Real. Revoltados por terem que pagar impostos e serem perseguidos por comercializarem a bebida, no dia 13 de setembro de 1661, os produtores se rebelaram, na chamada Revolta da Cachaça. Por conta desse episódio, desde 2010, o dia 13 de setembro ficou conhecido como o “Dia Nacional da Cachaça”.
Hoje, 1,4 bilhão de litros de cachaça são produzidos todos os anos no Brasil – um mercado que movimenta cerca de R$ 10 bilhões todos os anos, – segundo o Ministério da Agricultura. Apesar dos pequenos e médios produtores representarem 98% dos que fabricam cachaça, 70% do volume da bebida produzida é industrializado e 30% feito em alambiques de cobre.
Segundo Leandro Dias, produtor de cachaça e criador de dois cursos que ensinam a produzir e comercializar a bebida, além do conhecimento técnico, fabricar sua própria cachaça em casa requer apenas dois equipamentos: um alambique e um destilador. O baixo investimento, que inclui as ferramentas e capacitação técnica, gira entre 2.000 e 3.000 reais.
A cachaça produzida em casa, no entanto, não pode ser comercializada. Caso o interesse do produtor seja esse, é necessário terceirizar a produção para indústrias que atendam aos critérios sanitários – um investimento que pode variar entre R$ 3 mil e 10 para montar um primeiro estoque. “Nesta pandemia, muitas pessoas me procuram querendo aprender a produzir cachaça. Abrimos o curso em maio já temos mais de 400 alunos”, explica Leandro.