Vacina contra o novo coronavírus desenvolvida pela empresa de biotecnologia americana Moderna teve os resultados preliminares positivos publicados na revista científica The New England Journal of Medicine na terça-feira (14). Os dados são da primeira fase do estudo clínico com a substância.
Segundo o artigo, a mRNA-1273, como a vacina foi batizada, induziu resposta imunológica de combate ao Sars-CoV-2 nos 45 participantes do estudo. Anticorpos neutralizantes do novo coronavírus foram detectados por dois métodos em todas as pessoas imunizadas.
Os anticorpos são proteínas que o corpo produz ao entrar em contato com um microrganismo invasor, como um vírus. O corpo pode produzir diversos tipos de anticorpos, e alguns deles possuem ação neutralizante que combate o avanço de uma infecção.
A vacina da Moderna, produzida em parceria com o governo dos EUA e o Instituto de Pesquisa em Saúde Kaiser Permanente usa pedaços do material genético do vírus (RNA) para estimular a resposta imunológica. As pessoas vacinadas, que tinham entre 18 e 55 anos de idade, receberam duas doses da substância com um intervalo de 28 dias entre elas. Reações adversas consideradas leves ou moderadas, como dor de cabeça e fadiga, foram relatadas por mais da metade dos participantes que receberam a imunização. Com base nestes resultados, o documento afirma que a vacina se mostrou segura.
Em nota, a Moderna diz que os dados dão suporte para o início de um estudo clínico maior, de fase 3, que vai contar com 30 mil participantes. A expectativa é que a próxima etapa tenha início no próximo dia 27. O estudo clínico de fase 3 – o mais importante – é determinante para que as autoridades sanitárias concedam um registro para o produto. Segundo a empresa, as doses para a realização da terceira fase de pesquisa já estão prontas. O comunicado da Moderna diz que a companhia se prepara para produzir cerca de 500 milhões de doses da vacina por ano.