Debate com os candidatos à Prefeitura do Recife, na noite desta segunda-feira (28), organizado por uma turma do curso de Administração da Universidade Federal de Pernambuco UFPE previsto para ter três blocos foi encerrado no segundo , em decorrência de problemas técnicos. A queda da transmissão aconteceu na hora das considerações finais. A sabatina foi mediada pela pró-reitora da UFPE, professora Brunna Carvalho.
A previsão era de que o debate fosse até as 21h30, mas o atraso inicial de quase meia hora fez com que o encontro virtual se estendesse até as 22h15. Em um dos blocos, os candidatos deviam responder sobre dois assuntos . Patrícia Domingos (Podemos) iniciou a narrativa. “A Prefeitura do Recife foi alvo de sete operações policiais, e todas relacionadas à área de saúde. A desvio de dinheiro durante uma pandemia, quando milhares de pessoas na nossa cidade foram acometidas pela doença”.
“ O último levantamento do DataSus tem a informação de que aproximadamente 4.700 recifenses faleceram em 2018 por causas evitáveis. Ou seja, elas poderiam ter sobrevivido se tivessem tido acesso a consultas, exames, vacinas”, disse. Candidata do Podemos responsabilizou os problemas existentes na saúde da população recifense à falta de investimento e à corrupção na gestão – suspeita de desviar R$ 150 milhões.. “Eu quero investir em atenção básica no setor”.
Alberto Feitosa (PSC) também bateu na administração de Geraldo Julio (PSB). “Não tenho dúvida de que Recife está mal gerido, ainda mais em uma gestão que se diz socialista. Nós vamos cuidar de fazer um planejamento desses investimentos, que é o que falta a essa gestão. Temos vários postos de saúde que estão abandonados”, disparou. Os postulantes à prefeitura do PSC e do Podemos também falaram em segurança pública. Patrícia quer reestruturar a Guarda Municipal e Feitosa prometeu armar os agentes.
Marília Arraes criticou o uso dos recursos da saúde por parte do PSB e também falou em investimentos na Guarda. “É preciso que haja um convênio com a Academia de Polícia Militar e que a Guarda tenha um papel estratégico no monitoramento”, declarou a petista. Na segunda rodada de perguntas, a educação infantil esteve no centro, além da Cultura na capital pernambucana. Coube a João Campos (PSB), Victor Assis (PCO), Cláudia Ribeiro (PSTU) e Charbel Maroun (Novo) tratarem dos temas.
O candidato do PSB passou a responsabilidade dos insucessos ao Governo Federal e creditou as conquistas à gestão ao prefeito aliado Geraldo Julio. “A educação infantil, infelizmente, é o maior desafio que existe no Brasil. O déficit de creches no Brasil é de 1,7 milhão de vagas. No Recife, avançamos e aumentamos em 31% a capacidade de vagas de creches”, afirmou João Campos, que prometeu novas creches na cidade. “A Cultura é a raiz de qualquer sociedade. Cultura é feita de gente”, disse o socialista. Victor Assis resumiu sua fala `com críticas ao Presidente . “É necessário derrubar o Governo Bolsonaro”.
Cláudia Ribeiro foi precisa, ao passar para a Prefeitura, a responsabilidade da educação infantil. “Depois de 20 anos de dança das cadeiras de PT e PSB, existem 81 creches para uma população de 1,6 milhão de pessoas. O que significa? Que há muitas crianças fora das creches. Sou professora e não há um ano em que não tenhamos de fazer uma greve para que esses prefeitos e esse atual, Geraldo Julio, tenha de cumprir uma lei federal de piso nacional, que ele se nega a pagar”, criticou a candidata do PSTU.
Charbel Maroun, por sua vez, afirmou que “a educação do Recife é um desastre” . Afirmou ser necessário rever tudo o que deu de errado. Também direcionou suas preocupações à geração atual e à primeira infância. “Cada real investido na primeira infância, você economiza sete vezes com combate à criminalidade, melhora a vida dessa criança, que estará mais capacitada. Ao invés de construir creches, nossa proposta é pagar a mensalidade das crianças nos estabelecimentos privados”, prometeu o postulante do Novo.
Os candidatos Thiago Santos (UP), Mendonça Filho (DEM), Carlos Andrade Lima (PSL) e Marco Aurélio (PRTB), encerraram o debate com abordagens sobre descarte de lixo, geração de emprego entre outros. “É preciso que o poder público administre esse problema da limpeza pública porque é essencial e não podemos ter gente lucrando com isso”, afirmou Santos. Sobre emprego, defendeu a ampliação da contratação de servidores públicos e a nomeação de aprovados em concursos. Ele também falou no déficit habitacional.
Mendonça Filho destacou na sua fala os problemas que considerou gravíssimos na atual gestão. “É uma vergonha que Recife tenha apenas 40% de coleta e tratamento de esgoto. A população morando em cima da lama. É preciso que haja uma auditoria na PPP da Compesa. É preciso desvendar o que aconteceu. É preciso pensar essa questão como em algo metropolitano, assim como políticas como saneamento e transporte público, melhorando a limpeza da cidade. Recife é uma cidade suja”, destacou Mendonça Filho. O democrata disse ainda, que, “Recife é a capital do desemprego”.
Carlos Andrade Lima falou em abertura de linha de crédito para pequenos e médios empreendedores e na reciclagem de lixo para a geração de energia. “A única maneira de resolver os problemas do Recife é unindo poder público, setor privado e comunidades”, defendeu. Marco Aurélio (PRTB) falou em educação preventiva para evitar o acúmulo de lixo na cidade. Quanto ao emprego, defendeu mais parcerias com o Porto Digital. “Se a Prefeitura fizer investimentos simples em relação ao Porto Digital, podemos em curto prazo criar 10 mil empregos”, ressaltou.