A rede estadual de saúde vai disponibilizar, além do dispositivo intrauterino DIU de cobre, o Sistema Intrauterino – SIU de levonorgestrel, mais conhecido como DIU hormonal. Ao contrário do DIU de cobre, usado principalmente como método contraceptivo, o DIU hormonal será indicado para pacientes diagnosticadas com endometriose, dor pélvica crônica, tumores uterinos, sangramento uterino anormal, além de mulheres que convivem com alguma cardiopatia grave.
Inicialmente, a inserção será restrita ao ambulatório especializado do Hospital Agamenon Magalhães – HAM absorvendo, neste primeiro momento, a demanda das pacientes acompanhadas no próprio serviço. A proposta é expandir, ao longo dos próximos meses, a iniciativa para as demais macrorregiões de Saúde. Para marcar o lançamento da iniciativa, a Secretaria de Saúde de Pernambuco – SES-PE realiza, nesta quinta-feira (6),, às 14h uma web conferência, sobre o método, com palestras de especialistas na área. O encontro virtual acontece através o link : https://conferenciaweb.rnp.br/webconf/ses-saude-da-mulher.
“Começamos a perceber que o número de histerectomias no SUS passaram a aumentar ao longo dos anos e a ciência nos mostra que a inserção do DIU hormonal nestes casos pode diminuir as indicações cirúrgicas, reduzindo, assim, riscos das cirurgias e os gastos do Estado com este tipo de procedimento. Já as mulheres com cardiopatias graves, que têm contra indicação à gravidez e não querem realizar a laqueadura, poderão prevenir uma gestação de alto risco”, explica a ginecologista e gestora pública da SES-PE, Letícia Katz.
O Sistema levonorgestrel, além de ser um método contraceptivo com 99% de eficácia, é um dispositivo de longa duração (em média, 5 anos) que beneficia as mulheres com patologias uterinas. Com poucos centímetros de comprimento e em formato de ‘T’, o DIU hormonal possui 52mg do hormônio levonorgestrel e libera, inicialmente, 20mcg/24horas da substância no útero. Dessa forma, impede a gravidez e atua no alívio dos sintomas de diversas doenças. A inserção é feita no próprio consultório, sem necessidade, na grande parte dos casos, de anestesia.
“Começamos a trabalhar com as mulheres e profissionais envolvidos na assistência os direitos sexuais e reprodutivos, assim como o planejamento reprodutivo, com foco nos métodos contraceptivos de longa duração, especialmente após o surgimento de casos da síndrome congênita do zika. A partir de então, passamos a incentivar a inserção do DIU de cobre no pós-parto e pós-abortamento. Fomos o primeiro Estado a produzir, em 2017, nota técnica sobre o assunto. Com as capacitações, não apenas da atenção especializada, mas também da atenção primária, conseguimos desmistificar vários assuntos e abranger diferentes públicos, especialmente as mais jovens, impactando positivamente no número de gestações na adolescência”, pontuou a gestora.