Foto: Ismael Francisco Gonzalez
Amigo e admirador declarado do líder cubano Fidel Castro, o ídolo do futebol argentino Diego Maradona agora divide com ele, além de uma longa relação fraternal, a mesma data de morte. Por coincidência do destino ou, como alguns preferem acreditar, por força sobrenatural, os dois faleceram no dia 25 de novembro, separados por uma diferença de quatro anos.
Fidel, tido como “segundo pai” para Maradona, foi primeiro, aos 90 anos, em 2016. Nesta quarta-feira, foi a vez do “filho” partir, aos 60.
O argentino, que tinha forte relação com a política de esquerda na América Latina, nunca escondeu a idolatria e amizade que nutria por Fidel. Tanto que tatuou o rosto do líder da Revolução Cubana de 1959 na panturrilha. Depois da morte do amigo, Maradona disse, em entrevista ao canal TyC, que o presidente foi “como outro pai” para ele.
“Foi como outro pai para mim. O único comandante. Ao fim da Copa, vou à Cuba para me despedir de um amigo. Ele me abriu as portas de Cuba quando na Argentina as fecharam”, disse o craque. Em seu perfil no Facebook, Maradona também lamentou a perda de Fidel. “Morreu o meu amigo, o meu confidente, o que me dava conselhos e que me ligava a qualquer hora para falar de política, de futebol, de beisebol”.
A relação dos dois começou na década de 1980. Após a Argentina vencer a Copa do Mundo de 1986, Maradona, que foi decisivo na conquista, foi a Cuba em julho de 1987 e se encontrou com Fidel. Na ocasião, beberam e comeram ostras, enquanto falavam de futebol e política, além de trocarem receitas. Fidel se referia a Maradona como: “El Che do esporte”.
No entanto, apenas nos anos 2000, a amizade de Maradona e Fidel se desenvolveu para um lado fraternal. Na época, o argentino estava em um de seus piores momentos na luta contra o vício em drogas. O líder cubano então o internou em uma clínica de tratamentos na ilha. Em sua autobiografia, Eu sou Diego. Isto de Estar Vivo, o craque relatou a importância da medicina cubana para a sua recuperação. “Tenho de agradecer ao Barbudo (Deus) e… ao Barbudo (Fidel)”.