NUBANK ENFRENTA MAIS DE 130 MIL PROCESSOS DE CONSUMIDORES, DIZ LEGALTECH DELTA AI

Empresas de tecnologia que lideram o mercado brasileiro enfrentam um volume expressivo de processos judiciais movidos por consumidores. Levantamentos da legaltech DeltaAI apontam que apenas as duas principais empresas do grupo Nubank – NU Pagamentos e NU Financeira – somam mais de 130 mil ações no país, com valores médios próximos de R$ 15 mil por processo, concentradas em demandas cíveis, especialmente sobre inclusão indevida em cadastros de inadimplentes.

 Empresas como iFood, Rappi e Uber também registram crescimento de ações trabalhistas e cíveis, envolvendo danos morais, obrigações contratuais e reconhecimento de vínculo empregatício, refletindo a expansão acelerada dessas plataformas no Brasil. Patrícia Carvalho, cofundadora e CEO da DeltaAI, observou que o cenário jurídico dessas empresas exige atenção estratégica.

“No Brasil, já são mais de 600 legaltechs em atividade, mas o cenário jurídico das empresas continua sofrendo com a escalada de processos e a falta de gestão estratégica. Esse volume crescente não prejudica apenas a reputação corporativa, ele também pressiona ainda mais um Judiciário já sobrecarregado”, afirma a executiva.

O panorama brasileiro mostra que startups unicórnios enfrentam desafios semelhantes a empresas tradicionais. Dados do DataJud de março de 2025 indicam que Claro S.A. e Claro NXT somam cerca de 76 mil processos, Oi S.A. e Claro Oi Móvel acumulam aproximadamente 154 mil ações, enquanto Azul Linhas Aéreas Brasileiras e TAM/Latam têm 104 mil e 83 mil processos, respectivamente.

Esses números evidenciam a complexidade de gerir operações em setores com alta demanda judicial, destacando a necessidade de soluções tecnológicas para eficiência e governança. O uso de jurimetria e inteligência artificial surge como resposta a esse cenário e vai além da análise de processos, permite integrar um grande volume de dados jurídicos com informações de atendimento, como transcrições de SAC, registros do Reclame Aqui e do consumidor.gov.

Ao cruzar essas bases, as empresas conseguem prever com mais precisão o risco de novos processos, identificar padrões de comportamento e atuar de forma estratégica para reduzir litígios. Segundo a especialista, acompanhar e interpretar dados jurídicos e de atendimento deixou de ser opcional, é a chave para crescer de forma sustentável, proteger a reputação e, ao mesmo tempo e melhorar a experiência de clientes.

Foto – Divulgação

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