Presidente da Confederação Nacional da Indústria – CNI, Robson Andrade, pede a retomada do comércio e de serviços para se evitar um mal econômico, difícil de ser contornado. Na mesma linha estão os dirigentes da Confederação Nacional do Comércio – CNC e Confederação Nacional dos Serviços – CNS, entre outros.
Andrade explicou que, algumas das principais entidades de setores econômicos do país estacam por meio de estudos e notas técnicas, os prejuízos causados pela paralisação das atividades por causa da quarentena contra o coronavírus.
“Todos os levantamentos são pessimistas e apontam que o desemprego é inevitável em todas as áreas. O capital financeiro das empresas está comprometido. Segundo o estudo, se a paralisação durar 30 dias, a queda do PIB brasileiro pode alcançar 8,3%”.
O desemprego gera falta de consumo. Isso vai ser uma cadeia. “Fazer home Office, se consegue na área de serviços, mas no comércio e na indústria é muito difícil”, disse Andrade.
Segundo ele, a CNI, enviará documento ao governo federal propondo a retomada gradual das atividades. “Temos contato com 700 mil empresas que representam 10 milhões de trabalhadores.
Estamos procurando acalmar o ambiente pela seriedade do momento, mas temos que ter responsabilidade com o país”, afirmou O presidente da CNI.
Na mesma linha, o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais – Fiemg, Flávio Roscoe, defende “o funcionamento parcial de atividades que são fundamentais para a sociedade”.
Um estudo da Fiemg aponta que Minas Gerais pode terminar este ano com a perda de 2,02 milhões de empregos formais, considerando a paralisação quase total das atividades produtivas em um período 30 dias, devido à pandemia do novo coronavírus.
O presidente da Confederação Nacional do Comércio, José Roberto Tadros, destaca que as perdas já são sentidas em todos os setores. Somente na primeira quinzena de março, o volume de receitas do segmento encolheu 16,7% em relação ao mesmo período do ano passado — uma perda equivalente a R$ 2,2 bilhões.
Dos três grandes setores da economia, o comércio de bens, serviços e turismo (terciário) é o que apresenta maior potencial de impacto negativo. “As empresas não têm caixa para se manter diante de um quadro tão tenebroso.
Esse terceiro setor recruta muita mão de obra, diferentemente da indústria e da agricultura, que já estão altamente mecanizados e com inteligência artificial. “Vamos ser profundamente atingidos”, avalia Tadros.
Outro estudo, da Confederação Nacional dos Serviços, mostra números ainda mais trágicos. As restrições de produção em diversas atividades econômicas podem levar a um prejuízo de mais de R$ 320 bilhões à economia brasileira e fazer com que 6,5 milhões de trabalhadores percam seus empregos.