Delegados Eronides Meneses e Silvana Lelys comandaram a Operação Agendamento
Por: G1 /PE
Operação Agendamento Polícia Civil de Pernambuco desvendou um golpe no seguro desemprego aplicado pela internet. Segundo a corporação, os criminosos receberam mais de R$ 1 milhão indevidamente, prometendo agendamento para beneficiários em agências do estado, mediante pagamento de boletos. A polícia também divulgou a punição ao Google, por manter uma propaganda do site fraudulento no ar.
Detalhes da Operação foram repassados durante entrevista coletiva realizada nesta sexta-feira (29), no Recife. A investigação teve início em outubro de 2020, a partir de denúncias de beneficiários de seguro desemprego, que foram até agências para sacar o dinheiro. Eles informaram ter pago entre R$ 25 e R$ 30, cada um, para fazer o agendamento, com a ajuda de um site.
De acordo com a Polícia Civil, o golpe ficou configurado , já que esse serviço serviço de agendamento é prestado gratuitamente, em Pernambuco. O número de vítimas ainda não foi totalizado, adiantou a Draco. No entanto, 600 pessoas tiveram direito a restituições de valores pagos em boletos enviados pela organização criminosa.
Segundo a Delegacia de Repressão aos Crimes Cibernéticos e o Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado – Draco, três pessoas e quatro empresas do Rio Grande do Sul estão envolvidas no crime.
Mesmo sem conseguir, na Justiça a decretação da prisão dos jovens, a polícia informou que eles foram autuados por estelionato, falsidade ideológica, associação criminosa e lavagem de dinheiro. Todos podem pegar mais de dez anos de prisão e pagar multa.
“A polícia foi notificada pelo secretário de Trabalho e Emprego sobre pessoas que estavam procurando agência do trabalho com boleto pago, querendo atendimento, pois teriam agendado através de um site na internet. Descobrimos a página e localizamos os responsáveis”, contou o delegado de Repressão aos Crimes Cibernéticos, Eronides Meneses.
Além das autuações, a PC informou ter assegurado na Justiça a determinação de medidas cautelares, como sequestro e bloqueio de bens dos suspeitos e devolução do dinheiro para as vítimas. Ainda de acordo com a polícia, foram sequestrados R$ 1.047.236 e bloqueados judicialmente R$ 260 mil.
A 18ª Vara da Comarca da Capital também determinou a quebra de sigilos bancário e fiscal dos envolvidos, segundo explicou a Policia Civil de Pernambuco.. “A gente chegou aos suspeitos quando eles haviam recebido já R$ 800 mil, logo no início. Eles movimentaram mais de R$ 1 milhão, em oito meses”, afirmou Meneses.
Sobre a questão do Google, a polícia disse que os criminosos pagaram anúncios para a empresa manter o site de oferta de agendamento de empregos no topo da página de buscas. “Também por determinação judicial, foram devolvidos todos os valores pagos à empresa Google a título de anúncio, somando R$ 73.300”, disse a polícia.
A titular do Draco, Silvana Lelys afirmou, durante a coletiva, que a decisão contra o Google “foi inédita”. Segundo ela, o delegado Eronides Meneses incriminou a empresa por manter a página ativa, mesmo depois de ter solicitado a retirada dela do ar.
“O Google foi condenado, pois tinha, ao menos, que suspender os anúncios. É uma maneira de cobrar responsabilidade também dessas plataformas gigantes quando elas estão aqui trabalhando e lutando com o nosso País”, declarou Lelys.