ALEPE DEBATE POLÍTICAS CULTURAIS DO CICLO JUNINO EM AUDIÊNCIA PÚBLICA NA CIDADE DE CARUARU

Comissão de Educação e Cultura da Assembleia Legislativa de Pernambuco – Alepe reuniu artistas e gestores para debater o Ciclo Junino de Pernambuco, em audiência pública realizada na manhã desta segunda (19), na Câmara de Vereadores de Caruaru, Agreste do Estado.

A valorização do trabalho dos artistas durante todo o ano; a necessidade de aperfeiçoamento de editais e outros marcos legais relacionados aos festejos juninos; bem como o diálogo contínuo na construção de políticas públicas para o setor foram os assuntos da pauta.

A deputada Rosa Amorim (PT), autora do requerimento para a realização da audiência, reivindicou a necessidade de políticas públicas que beneficiem todos os artistas ligados ao ciclo junino. “O objetivo deste evento é fazer um levantamento das demandas de toda a cultura popular. Não tem como o São João acontecer sem o pífano, sem o trio pé-de-serra, sem a quadrilha junina”. 

 A Parlamentar levantou o debate sobre a desigualdade histórica no pagamento de cachês. “Grandes valores são destinados a artistas de impacto midiático, enquanto os artistas da cultura popular recebem valores irrisórios”, criticou.

Também ressaltou a importância da transparência na distribuição dos recursos para os artistas e mencionou o curto prazo para eles se inscreverem no edital 2023 no município. Ela lamentou a ausência do Poder Executivo do Município.

Secretário-executivo de Cultura de Pernambuco, Leo Salazar explicou que o governo estadual não possui um polo específico na programação do São João, mas apoia as prefeituras.

Ele destacou o orçamento de R$ 18 milhões destinado à contratação de artistas e grupos em mais de 70 prefeituras, além do investimento previsto de R$ 100 milhões para Pernambuco pela Lei Federal Paulo Gustavo, que será destinado a premiações e editais.

“Além disso, o governo está em diálogo com instituições como o Tribunal de Contas do Estado, o Ministério Público e a Procuradoria Geral do Estado para simplificar a burocracia para os atores culturais”, informou. O gestor enfatizou ainda a busca por diálogos com a sociedade civil para resolver problemas e aprimorar os editais.

A presidente da Federação das Quadrilhas Juninas de Pernambuco, Michelly Miguel, relatou as dificuldades enfrentadas pelos grupos que se apresentam no ciclo junino. “Falta estrutura para receber as agremiações nos arraiais. Às vezes não há sequer cobertura nos espaços em plena temporada de chuva, e a qualidade do som deixa a desejar”.

O evento contou com a participação de representantes de trabalhadores que atuam nos bastidores dos festejos, como os roadies e produtores culturais. Também estiveram presentes representantes das Comidas Gigantes de Caruaru e do teatro de mamulengos, artistas do pífano e povos de religiões de matrizes africanas que fazem parte dos festejos juninos. 

Fotos: Giovanni Costa

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