A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quinta-feira (23), a Operação Bal Masqué – um desdobramento da terceira fase da Operação Apneia, que investiga supostas irregularidades da Prefeitura do Recife, na compra de materiais médico-hospitalares, sem licitação para uso, no tratamento da Covid-19. Na ação foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão e o afastamento da função pública do diretor-financeiro da Secretaria de Saúde da capital, Felipe Bittencourt .
Passou por ele a assinatura de todas as compras emergenciais do dinheiro federal da Covid-19, como ordenador de despesas. Operação também aponta que Felipe foi o principal operador das campanhas do prefeito Geraldo Júlio (PSB). “Ele foi afastado das funções e vai ter uma série de restrições, inclusive não poderá ir para ao local de trabalho, nem manter contato com as pessoas, isso tudo determinado pela Polícia Federal”, segundo informou o assessor de Comunicação da PF, Giovani Santoro.
Polícia Federal disse que diligências “confirmaram a ocorrência de pagamentos por itens não entregues, estimando num prejuízo ao erário de aproximadamente R$ 7 milhões”. Dos 11 mandados, nove foram cumpridos no Recife e dois na cidade de Jaboatão dos Guararapes. O trabalho envolveu a presença de quatro servidores da CGU e 50 policiais federais. Ainda segundo a PF, as irregularidades investigadas podem ter causado prejuízos financeiros devido aos pagamentos feitos por itens que não foram entregues, já que os recursos poderiam ter sido aplicados no atendimento de outras demandas necessárias para o enfrentamento à pandemia da Covid-19.
Por meio de nota, a Prefeitura do Recife informou que “todas as contratações e compras feitas pela Secretaria de Saúde para a emergência da Covid-19 têm sido realizadas dentro da legalidade e enviadas ao Tribunal de Contas do Estado – TCE, Controladoria Geral da União CGU, Ministério Público Federal– MPF e Ministério Público de Pernambuco – MPPE, por iniciativa da própria prefeitura”.