O presidente da Sociedade Teatral de Fazenda Nova – STFN, Robinson Pacheco, disse que, sem receber apoio dos governo Federal e do governador Paulo Câmara, a Paixão de Cristo de Nova Jerusalém ,que tanto orgulha a população de Pernambuco, poderá deixar de existir. Ele revelou, que, no final de fevereiro esteve em Brasília, onde reuniu-se com o ministro do Turismo, Gilson Machado Neto e o Secretário Especial de Cultura, Mário Frias, em busca de ajuda para não fechar as portas do teatro.
“Fomos muito bem recebidos e apresentamos um projeto emergencial para salvar a Sociedade Teatral de Fazenda – e a Paixão de Cristo de Nova Jerusalém, dos graves danos financeiros causados pela não realização das duas temporadas 2020 e 2021 no teatro, devido a Pandemia do novo coronavírus”.
Ele explicou, que os representantes do Governo Federal ficaram de dar um retorno sobre a proposta apresentada em reunião, que acontece nesta quarta-feira (31), com técnicos do Ministério do Turismo e da Secretaria de Especial de Cultura. Pacheco afirma que, sem o apoio do Governo Federal e do Governo do Estado, não haverá outra alternativa senão cancelar a temporada de 2022, fechar as portas e demitir os funcionários.
“Depois de mais de um ano de muitas dificuldades, não temos mais recursos para a manutenção da cidade-teatro e muito menos para produzir um novo espetáculo. Por isso, teremos que fechar tudo, inclusive a Pousada da Paixão que funciona dentro da Nova Jerusalém”, relata o dirigente do maior teatro ao ar livre do mundo
“Se não tivermos uma resposta positiva, estaremos sem alternativa para dar continuidade ao legado dos meus pais Plínio e Diva Pacheco que, com muito trabalho, suor e lágrimas construíram a Nova Jerusalém, Patrimônio Material e Imaterial do Estado, além de orgulho dos pernambucanos”, ressaltou.
A anúncio do possível encerramento das atividades da Nova Jerusalém, acontece em plena Semana Santa. O evento religioso que leva multidões ao Distrito de Fazenda, no Município Brejo da Madre de Deus, Agreste do Estado, é exibido desde 1968. Foram realizadas 52 temporadas ininterruptas da Paixão de Cristo, até 2019, ano da última apresentação, antes da pandemia.
Assistida por mais de 4 milhões de pessoas, segundo os organizadores do evento, a encenação é responsável por um dos principais picos no movimento turístico de Pernambuco tendo em vista que atrai visitantes de todos os estados do Brasil e de 18 países que lotam hotéis no Recife, em Porto de Galinhas e Caruaru, além de outras cidades de Pernambuco.
A paralisação das temporadas deixou sem renda mais de 1.500 pessoas que trabalhavam diretamente no espetáculo e cerca de 8 mil que exigiam funções em atividades paralelas. “Infelizmente, não temos mais o que fazer. Foram dois anos de muito sofrimento. É com muita tristeza que irei comunicar ao povo pernambucano, que tanto se orgulha de ter em seu Estado o maior teatro ao ar livre do mundo, que, depois de 52 anos de apresentações ininterruptas, teremos que encerrar as atividades. Triste Sexta-Feira da Paixão”, desabafou.
