O Sindicato dos Médicos de Pernambuco – Simepe denunciou, nesta quinta-feira (06) a falta de insumos e a espera por leitos de Unidade de Terapia Intensiva – UTI para crianças , no Hospital Barão de Lucena, Bairro da Iputinga, Zona Oeste do Recife. Segundo a entidade, faltam materiais para intubação de pacientes com Síndrome Respiratória Aguda Grave -Srag , respiradores e outros equipamentos.
Também nesta quinta, a Promotoria de Justiça em Saúde do Ministério Público de Pernambuco determinou uma inspeção no local. O MPPE enviou um ofício para a Secretaria Estadual de Saúde -SES e à direção do hospital, para que se pronunciem sobre o caso, em 48 horas.
Os problemas no Barão de Lucena, segundo o Simepe, são recorrentes. O local é referência de atendimento pediátrico de crianças com sintomas respiratórios . Em março, foram relatados, inclusive, pacientes aguardando por atendimento dentro de ambulâncias. Cerca de 500 crianças são atendidas no local, mensalmente. Atualmente, em todo o Estado, há cerca de 170 leitos dedicados a crianças com sintomas de Covid-19, sendo 62 de UTI.
“Em março, tivemos exatamente a mesma situação. Crianças mal assistidas, falta de equipamentos, fila de espera para UTIs. Na sexta-feira (30), havia cinco crianças intubadas e duas com indicação de intubação, mas não tinha respirador mecânico, o circuito completo. O sindicato falou com os gestores e removeram de um suporte de reserva para intubar esses pacientes”, afirmou a presidente do Simepe, Cláudia Beatriz Andrade.
Ainda e no mês de março, de acordo com o Simepe, uma denúncia foi aberta na Promotoria de Saúde do Ministério Público e no Conselho Regional de Medicina de Pernambuco – Cremepe . “Recebemos a notícia de que está faltando tubo para os pacientes. Não são todos, mas tamanhos específicos, como de 3,5 e 4 milímetros. A demanda continua crescendo e, mesmo superlotado, serviço continua aberto à Central de Regulação. Todo ano a gente tem o mesmo problema”, disse.
De acordo a promotora Helena Capela, que atua na Defesa da Saúde da Capital, um representante do MPPE está verificando a situação pessoalmente e vai elaborar um relatório. Ela ressaltou ainda, que, nos últimos dias, a promotoria não vem recebendo a lista de espera de UTIs, em Pernambuco. “Não recebi ontem e nem hoje a lista de espera para UTIs no Estado. Eles alegaram que estão com problema no sistema, mas exigimos essa informação, nem que seja uma lista manual”, afirmou.
A preocupação, segundo a promotora , é que nos meses de abril e maio, já há naturalmente um aumento da procura por leitos pediátricos por conta de doenças respiratórias sazonais. “A lista de espera da UTI para criança vem aumentando. A gente acha que um fator motivador é essa flexibilização maior, com maior trânsito de pessoas”, disse.