Deputada estadual delegada Gleide Ângelo (PSB) negou nesta quarta-feira (19), rumores de que tentaria um cargo federal nas próximas eleições e confirmou intenção de concorrer à reeleição. “Ainda tem muito para se fazer em Pernambuco, não faz sentido eu ir para Brasília” – afirmou. As declarações foram feitas durante entrevista no Programa Manhã da Clube.
Parlamentar disse ainda, que, não enxerga política como uma profissão, portanto não tem interesse em “promoção” de deputada estadual para federal, ou qualquer outro cargo em nível nacional. “Não penso política desta forma, são cargos diferentes com competências diferentes, a minha é de deputada estadual”, ressaltou. Gleide tem sido questionada em relação aos seus planos para as eleições de 2022, principalmente por ter sido a deputada com a maior quantidade de votos nas eleições de 2018, em Pernambuco.
Segundo a Deputada, suas atividades no Estado estão longe de serem concluídas. Lembrou que trabalha com políticas voltadas aos pernambucanos, em situação de vulnerabilidade social e não tem a intenção de deixar a pauta, principalmente com a crise que a pandemia trouxe. “Dentro dessa pandemia apareceu uma cadeia de problemas, começou-se a crise. A gente tem que tentar resolver o problema mais urgente: a fome”, destacou.
Para Gleide Ângelo além da fome, a Covid-19 agravou diversos problemas sociais, como o desemprego, a taxa de violência doméstica e o feminicídio. “Com a falta de emprego, veio o rolo compressor, mulheres desempregadas ficam vulneráveis por acabarem dependentes de seus agressores, o feminicídio disparou”.
A Delegada informou que está trabalhando para possibilitar e incentivar o empreendedorismo, através de cursos de qualificação rápidos. Para isto, estar indo atrás de vários parlamentares, independente de bandeiras partidárias, para conseguir verbas que possibilitem seus projetos. Ela revelou que esteve em contato com o senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) e ele disponibilizará R$ 1,5 milhão para projetos de sua autoria. “Prioridade hoje é emprego, para isso é preciso qualificar as pessoas”.
Questionada sobre divergências partidárias, como a ligação com FBC, Gleide afirmou que isso ficava em segundo plano dentro de seus projetos. “A gente precisa de união, não é um ser humano que vai resolver isso tudo, é necessária uma aliança de ideias”,. Para a Deputada, a falta de contato e de diálogo com os outros lados corresponde à uma “politicagem de destruição”. “É quando alguém que não tem projeto não quer ouvir e tenta destruir o colega que tem ideias, por isso a gente anda tanto para trás”, ponderou.
SOBRE 2022
Com relação ao pleito de 2022 Gleide afirmou que está tudo muito polarizado. “Estamos voltando ao que estava antes. O que me preocupa é o antipetismo fazer o que a gente não quer, a gente quer uma sociedade igualitária para todos. Tudo ainda está muito indefinido. Essa polarização atrapalha o processo que deveria ser a forma de fazer política correta. O que a gente tem hoje posto é Bolsonaro e Lula, mas isso não quer dizer que um desses caminhos será tomado” .
“Defendo algo que agregue, não gosto de radicalismo, o centro não é em cima do muro, é equilíbrio, não se pode radicalizar”. Sobre a participação das mulheres na política disse: “infelizmente as mulheres não estão conseguindo chegar nesses locais, querem vender a ilusão que mulher não gosta de política, porque não querem que as mulheres ocupem os espaços”. Machismo é dominação, é poder, ninguém quer perder poder”.
A gente precisa de condição de competitividade, não apenas uma concessão pelos partidos para fechar a cota de 30% obrigada por lei”. A gente tem um desequilíbrio gigante na representatividade no legislativo. As mulheres são desencorajadas a entrarem na política. Nossa luta não é contra o homem, nossa luta é para que os homens e mulheres tenham direitos iguais. Como vamos ter política voltada para a mulher se não tem mulher dentro da política – indagou.
