Governo Federal deve emitir nos próximos dias, alerta de emergência hídrica, para o período de junho a setembro, em cinco estados brasileiros – Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Paraná. Todos estão na bacia do Rio Paraná, onde se concentra parte da produção agropecuária e grandes hidrelétricas. Na região, a situação é classificada como “severa” e a previsão é de pouco volume de chuvas para o período.
É o primeiro alerta dessa natureza em 111 anos de serviços meteorológicos no País. A medida reforça as declarações do presidente Jair Bolsonaro e do ministro das Minas e Energia, Bento Albuquerque, de que o Brasil enfrenta a maior crise hídrica dos últimos tempos.
O alerta, obtido pelo Broadcast/Estadão, será divulgado ainda nesta sexta-feira (28) de forma conjunta pelo SNM Sistema Nacional de Meteorologia -SNN, órgãos federais ligados à meteorologia, Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico – ANA e o Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais – Cemaden. No documento, as instituições reforçam que a emergência hídrica é associada à escassez de precipitação na região hidrográfica e a previsão de que o cenário persista até setembro.
De acordo com o SNM, o déficit de precipitação na bacia do Paraná está provavelmente relacionado à influência de dois fenômenos atmosféricos de grande escala. O primeiro é La Niña, de outubro de 2020 a março de 2021. O fenômeno traz resfriamento das águas do Oceano Pacífico, diminui a temperatura da superfície do mar, altera o padrão de circulação global e, entre as características do período, reduziu chuvas no sul do Brasil.
O segundo é a OA (Oscilação Antártica), responsável por alterar o padrão de pressão atmosférica na região. Desde outubro de 2020 a OA tem atuado para impedir que sistemas causadores de chuvas se desloquem sobre as regiões continentais da América do Sul.