Prefeitura do Jaboatão dos Guararapes recebeu, nesta terça-feira (13), no Complexo Administrativo, o diagnóstico preliminar das áreas de risco do território, referente à primeira etapa do Plano Municipal de Redução de Riscos (PMRR).
A ferramenta do governo, Mano Medeiros possibilita aos gestores obterem e otimizarem os recursos necessários ao enfrentamento de situações de desastres naturais, no caso específico do município, comuns no período anual de chuvas. O PMRR de Jaboatão é um dos dois do Estado que passam por atualização dentre as 20 cidades brasileiras selecionadas pelo Ministério das Cidades.
O estudo apontou um aumento de 101 novos pré-setores de risco no território do município em relação a 2006, no último levantamento realizado. Ao todo, a cidade soma 397 pré-setores de potencial ocorrência.
Os resultados foram apresentados pelo doutor em Geografia da UFPE Fabrízio Listo e acompanhados pelo secretário municipal de Defesa Civil, Elton Moura, demais secretários municipais (e executivos) e representantes da Defesa Civil Estadual, tendo à frente, o diretor de Gestão de Riscos, Vitoriano de Almeida,.
O PMRR faz parte do Programa Periferia Sem Riscos, da Secretaria Nacional das Periferias, vinculada ao Ministério das Cidades. O município de Jaboatão foi escolhido, como todos os demais, após uma análise de dados que levou em conta, entre outros fatores, o número de pessoas em situação de vulnerabilidade.
Nesta primeira etapa, foram apresentadas a metodologia utilizada, os resultados preliminares e o plano de trabalho – corresponde a 25% do total do PMRR. Foram três meses (de fevereiro a abril) entre a coleta de dados, as visitas em campo e a elaboração.
Porém, o documento final, composto de mais três módulos (o segundo, com os riscos geológicos e hidrográficos, o terceiro, com as propostas de intervenção estruturais, e o quarto, que é o sumário executivo) serão entregues, em agosto de 2025, na conclusão do PMRR.
“O trabalho do professor Fabrizio está revolucionando a nossa visão deste problema e nos dá um alicerce para que, como gestores, possamos tomar as melhores decisões possíveis e implementar as ações necessárias”, declarou o secretário de Defesa Civil do Jaboatão, Elton Moura.
Um exemplo prático da utilidade do PMRR é a definição não somente das áreas de risco, mas a sua classificação entre os níveis de risco (1 – baixo risco, 2 – monitoramento, e 3 e 4, as áreas que precisam de um maior acompanhamento e prioritárias para receber as intervenções estruturais (obras). Com isso, o número de 397 pré-setores de risco, já citado, deverá mudar após as observações em campo.
Segundo explicou o professor Fabrizio, nunca haverá controle sobre o perigo de eventos ligados à natureza, sobretudo, ao clima. “Porém, existem algumas medidas adaptativas que podem mitigar os danos”, frisou. O especialista, que é coordenador do PMRR, ressaltou o caráter compartilhado da gestão de riscos.
“A população é parte ativa disso e deve participar. Por isso, faremos audiências públicas e oficinas com as comunidades, utilizando também, após cursos de formação, os docentes de Rede Municipal de Ensino para conscientizar os alunos sobre os riscos e a correta postura, por exemplo, no descarte do lixo”. A primeira será em Muribeca, no próximo dia 20 de agosto.
O professor concluiu resumindo a etapa do Plano já concluída. “Estamos numa fase em que já terminamos o mapeamento preliminar de riscos, temos alguns catálogos das áreas que mais inundam e das que mais deslizam no município, faremos as oficinas, os cursos e convém lembrar que o nosso trabalho também considera o urbanismo”.
Contenção não é só pelo risco, mas também, sempre que possível, nós pensamos em deixar locais de lazer para a população”, afirmou Listo. Assim, obras de macrodrenagem podem, por exemplo, estar conjugadas com parques lineares. A equipe envolvida já está trabalhando no relatório 2, que deve ser entregue até maio, e nesta quarta-feira (14) sobrevoa o município num helicóptero para avaliar as áreas de risco já mapeadas.
Foto: Chico Bezerra/PMJG