O abrupto anúncio de troca na presidência da Petrobras manda um péssimo recado ao consolidar um antigo receio dos investidores: a ingerência política na estatal.
A demissão já confirmada pela empresa, de Jean Paul Prates do cargo de CEO, por determinação do presidente Lula, gestores que detêm o papel, ainda preferem observar os próximos passos da nova administração, mas muitos já se reservam ao direito de ficar longe dos papéis da companhia. Informações são do Portal Veja
No pré-mercado, os papéis da empresa negociados na bolsa de Nova York chegaram a recuar 10%. Por volta das 8h27, a queda era de 8,39%. Segundo um gestor de um grande fundo multimercado que falou em condição de anonimato, a Petrobras manda um sinal ruim ao mercado, que vai cobrar seu preço em meio às incertezas.
“É razoável ficar ‘under’ [underweight, o equivalente à venda de ações] na empresa agora”, afirma. Desde os primeiros sinais de tentativa de ingerência do governo na Petrobras, com discussões sobre preço da gasolina e depois os dividendos, esse profissional já carregava uma posição vendida na companhia ou seja, que ganha com a queda das ações. Essa posição segue na carteira.
NOVA GESTÃO
Para o sócio da GTF Capital, Felipe Corleta, apesar da comprovada experiência da nova presidente no setor de petróleo, uma vez que Chambriard foi diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo.
E, apesar da comprovada experiência da nova presidente no setor, uma vez que Chambriard foi diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a executiva carrega a marca de ter liderado a entidade durante o governo de Dilma Rousseff, desaprovado por boa parte dos investidores.
Além disso, o elemento surpresa é algo que deve levar o mercado a enfrentar volatilidade, com pressão sobre as ações, numa tentativa de precificar os riscos e as incertezas à frente.Se tiver o nome aprovado pelo Conselho de Administração da estatal, Chambriard será a sexta presidente em três anos.
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