Diante da pandemia algumas localidades do Recife chama a atenção para a situação de pobreza dos seus habitantes. Uma delas, a Ilha de Deus, no Bairro da Imbiribeira, Zona Sul da Cidade. Não é possível dimensionar com precisão o impacto da Covid-19 na área, extremamente carente e alijada de grandes projetos do poder público da capital.
Como é uma comunidade e não um bairro, não há dados oficiais sobre a realidade da doença no local. Por lá, a maioria dos moradores circula sem usar máscara. Por lá há registro de 212 casos confirmados do novo coronavírus, – o que representa 2,6% do total de casos no Recife. O Bairro registrou 49 óbitos pela doença. Os números são menores, em comparação com outras localidades da Zona Sul do Recife, como Boa Viagem, que soma 685 casos (8,6% do total da capital pernambucana) e 125 mortes.
Os habitantes da ilha sobrevivem da pesca de sururu, mariscos entre outros crustáceos. Com a pandemia as vendas dos produtos caíram. Os pescadores, apesar de exercerem suas atividades normalmente, reclamam que a procura pelos produtos caíram. “As pessoas – muitas não saem de casa por medo do vírus e outras tantas, não querem consumir o pescado achando que eles podem transmitir a Covid-19 ” afirmam .
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento enfatiza que os aquicultores brasileiros têm um papel fundamental na produção de alimentos para o país e para o mundo. “Essa atividade deve ser essencial para a continuidade do abastecimento de produtos de pescado e para a manutenção da cadeia produtiva. Além disso, em muitos casos, representa a principal e única fonte de renda de muitos produtores e trabalhadores rurais”, pontua.
O documento do Ministério afirma ainda que, assim como para todos os outros tipos de alimento, não existem evidências científicas de que o pescado seja responsável pela transmissão da Covid-19. Portanto, é seguro e altamente recomendável o consumo do pescado por ser considerada uma fonte saudável de nutrientes, rica em aminoácidos e ácidos graxos essenciais”, ressalta a nota.