A maior parte da população brasileira não concorda com as medidas de flexibilização do isolamento social, que têm ganhado força em todo o país. Pesquisa da Confederação Nacional da Indústria – CNI diz que 84% dos brasileiros acreditam que a situação da pandemia do novo coronavírus ainda é grave no país. E, por isso, são a favor do distanciamento social.
“Houve um aumento da preocupação com os impactos econômicos da pandemia entre maio e julho. Mas, ainda assim, o consumidor concorda com o isolamento social e é contrário à reabertura do comércio de forma geral”, afirma o gerente de análise macroeconômica da CNI, Marcelo Azevedo.
A pesquisa da CNI ouviu mais de dois mil brasileiros em parceria com o Instituto FSB Pesquisa no último fim de semana. E constatou que 66% da população acreditam que a pandemia do novo coronavírus terá graves efeitos sobre a economia brasileira. Tanto que 71% dos trabalhadores ainda têm medo de perder o emprego nessa crise.
Porém, a preocupação com o efeito da Covid-19 sobre a saúde é ainda maior. Segundo a CNI, apesar de somente 36% dos entrevistados serem do grupo de risco, apenas 14% deles disseram não ter medo do novo coronavírus. Por conta disso, o número de pessoas que declararam estar em isolamento social, saindo de casa apenas para coisas essenciais, como fazer compras ou trabalhar, chegou até a subir entre os meses de maio e julho, de 58% para 67%. Além disso, 55% da população acreditam que as mortes causadas pela pandemia ainda vão aumentar (40%) ou aumentar muito (15%) no Brasil.
A resistência quanto à flexibilização é sentida em quase todos os setores econômicos. A CNI perguntou aos brasileiros sobre o seu posicionamento em relação à reabertura de sete atividades diferentes. Mais de 50% dos entrevistados disseram concordar com a reabertura. A menor resistência foi observada no comércio de rua, que deve continuar fechado para 47% da população, mas já pode voltar a funcionar para outros 49% dos brasileiros.
Segundo a CNI, 57% dos entrevistados são contra a reabertura de salões de beleza; 69% dos shoppings, bares e restaurantes; 72% das escolas e universidades; 73% das academias e 86% dos cinemas e teatros. Muita gente diz que não vai voltar a frequentar alguns desses locais mesmo depois que os governos locais autorizarem a sua reabertura.