Polícia Federal – PF prendeu, nesta terça-feira (23), nove pessoas suspeitas de integrarem uma organização de tráfico internacional de drogas, dentre elas um ex-policial federal e um alemão, que mora no Recife e é apontado como líder do esquema. Segundo a PF, o grupo usava estatuetas para esconder cocaína e adquiria imóveis, veículos e joias para lavar o dinheiro do tráfico. Na casa de um dos suspeitos foi encontrado dinheiro escondido dentro de uma geladeira.
As investigações começaram em julho de 2018, segundo informou o delegado federal Dário Sá Leitão. “Quando começamos a investigar, achávamos que era uma quadrilha local. Mas identificamos que um desses alvos locais se encontrava com um estrangeiro, de origem alemã, que aparecia em outros casos. Além disso, identificamos que ocorreram outros flagrantes envolvendo pessoas desse grupo em 2017 e 2009”, conta.
O grupo importava cocaína da Bolívia e remetia o material para o Recife, por transporte aéreo ou terrestre. “Chegando aqui (Recife), a droga era escondida em estatuetas e levadas por mulas à Europa, principalmente para a Alemanha”, acrescenta o delegado. A quadrilha contava com integrantes nos estados de São Paulo, Ceará e Acre, para viabilizar a logística de entrada da droga no país e envio para a capital pernambucana.
“O líder se dizia empresário. Morava em um imóvel de alto padrão na beira-mar de Piedade (Jaboatão dos Guararapes), avaliado em mais de R$ 2 milhões. Tinha empresas em seu nome, mas de fachada, porque vivia do tráfico”, discorre Dário. O esquema criminoso também contava com a participação da esposa do alemão e de um ex-policial federal, demitido da corporação em 1999 por tráfico e que atualmente trabalhava como advogado. Nas diligências realizadas nesta terça, foram apreendidos quase 30 quilos de cocaína.