Polícia Civil de Minas Gerais indiciou 11 pessoas por lesão corporal, homicídio e intoxicação no caso de contaminação das cervejas da marca Backer, de Belo Horizonte. Anúncio foi feito durante coletiva de imprensa, na capital mineira.
A divulgação dos detalhes sobre a investigação, conduzida pela 4ª Delegacia de Polícia Civil do Barreiro, está por conta do delegado Flávio Rossi, que está à frente dos trabalhos, e do superintendente de polícia técnico-científica, médico-legista Thales Bittencourt.
Segundo a polícia, o inquérito tem 4 mil páginas e 70 pessoas foram ouvidas durante as investigações, entre vítimas, parentes e pessoas ligadas à empresa. Os documentos incluem ao menos 42 pessoas intoxicadas por dietilenoglicol, a substância encontrada em lotes da Backer, sendo que nove delas morreram. Ainda que a incidência maior tenha sido a partir de dezembro de 2019, foram investigados casos de meados de 2018 ao início de 2020.
De acordo com o delegado Flávio Grossi, os investigadores constataram que a contaminação da cerveja ocorreu dentro dos portões da Backer. “Encontramos vazamentos no tanque, jogando o líquido tóxico para dentro da cerveja”, explicou. Além dos sete óbitos, diversos clientes da cervejaria continuam com sequelas graves por causa do envenenamento.
Sabotagem, erro de procedimento na fábrica ou contaminação dolosa eram as três linhas nas quais a polícia se debruçava para desvendar a presença de substâncias tóxicas em lotes das cervejas da empresa mineira à cervejaria Backer. A instituição de segurança pública fez perícias na fábrica da marca, inclusive nos tanques de fermentação da bebida.