Já estão no Cotel, os secretários executivos do Trabalho Schebna Machado e o de Empreendedorismo da Secretaria do Trabalho da Prefeitura do Recife, Silvano Queiroga. Ambos são acusados de integrar organização criminosa que teria desviado mais de R$ 4 milhões da obra orçada em R$ 191 milhões, para recuperação da BR 101, em Pernambuco.
Tanto Shebna, quanto Silvano integram o grupo político do deputado federal Sebastião Oliveira, que além da indicação dos dois secretários executivos, indicou o titular da Pasta, Antônio Neto. O que chama a atenção é que ambos, mesmo já tendo sido alvos na primeira fase da Operação Outline, ocorrida ano passado, continuaram no cargo de secretário do governo Geraldo Julio. Com a prisão de dois de seus secretários era de se esperar que a Prefeitura do Recife emitisse pelo menos uma nota sobre como ficará a situação da Pasta com a detenção dos dois, mas o Prefeito mantém o silêncio em torno do oescândalo.
“Em 2019, a Polícia Federal constatou durante buscas e apreensões de documentos na residência de Silvano Queiroga, que “ele ostenta padrão de vida incompatível com os ganhos formalmente auferidos por ele e sua esposa Priscilla Queiroga de Carvalho”. De acordo com o juiz da 13ª Vara Federal, em Pernambuco, Cesar Arthur, que autorizou a segunda fase da Operação, “Silvano e Priscila são servidores públicos ocupantes de cargos comissionados junto à Prefeitura do Recife/PE e Casa Civil do Estado de Pernambuco e percebem, conjuntamente, rendimentos mensais líquidos totais de R$ 12.224,18.”
Apesar de não indicar bens em sua Declaração de Imposto de Renda, Silvano Queiroga e a esposa “tem ou teve, sob sua posse e propriedades, imóveis, veículos e embarcações de elevado padrão. Contudo, apenas Priscilla registrou em seu nome parte do patrimônio. O veículo utilizado por Silvano, um VW Virtus, está registrado em nome de uma locadora cujo proprietário é um primo de Priscila: a Concórdia Locadora, que recebeu um depósito de R$ 65 mil de Silvano.
Um apartamento, em Casa Forte, avaliada em R$ 987 mil, onde mora Silvano e a esposa, está, segundo a PF, em nome de um cunhado da esposa de Silvano. Um outro apartamento, também em Casa Forte, avaliado em R$ 615 mil, teria sido vendido para aquisição do outro imóvel, no mesmo bairro nobre do Recife. Ele ainda seria proprietário de um Jet Sky e de uma lancha, além de um flat, em Gravatá, que estaria em nome do outro preso na Operação, da PF, Schebna Machado, avaliado em R$ 300 mil. A detenção dos secretários é temporária, por cinco dias, podendo ser convertida para prisão preventiva.