Janeiro passa ligeiro. Em fevereiro, ziriguidum! O secretário de Pandemia, médico André Longo, recomenda vacina, máscara, álcool gel e canja de galinha, comenta o bicho-grilo em sua cantoria nas montanhas da Jaqueira. “Mas, a mundiça já caiu na gandaia nas noites recifenses e nas noites olindenses”.
“Em Pernambuco o parrudo André Longo terá que enfrentar: o lobby econômico e o fator cultural, fator este que está nas artérias e nas veias. Esta é uma missão inglória, ainda que seja meritória. No Rio de Janeiro, em sintonia com a República dos Bicheiros e outros bichos, o Governo Multinacional da Ambev já convocou a mundiça, com vacina ou sem vaselina, para consumir cerveja e se esbaldar na gandaia”.
“Carnaval, aglomeração inevitável, é chamariz para viroses. Lá vem ele, o micróbio do olho vermelho. A doença chama-se conjuntivite na vista. Conjuntivite na vista é pleonasmo, dirá o Doutor Alvacir Fox. O micróbio do pleonasmo adora multidões. Médico e poeta, o Doutor Fox é criatura dotada de elevados teores humanísticos e intelectuais. Acadêmico da APL, o Doutor Fox é nome de relevo na Medicina e nas letras poéticas”.
“Fala, poetão Ascenso Ferreira: “Carnavá, meu carnavá/ tua alegria me consome … / chegô o tempo das muiê larga os home!/ Chegou lá nada …/ Chegou foi o tempo delas pegarem os homens,/ porque chegou o carnaval do Recife/ o carnaval mulato do Recife/ o carnaval melhor do mundo!” Ascenso vivia nos tempos da inocência”.
Tradição cultural?! “Meteram uma peixeira no bucho da Colombina, que a pobre, coitada, a canela esticou”. Hoje quem manda é a Ambev, e priu!
Por: Adalberto Ribeiro – Jornalista