EU SOU O COMPUTADOR INTELIGENTE. SOU QUASE GIGANTE

Dedico este artigo ao meu colega o filósofo grego Platão, idealizador da Alegoria da Caverna

MONTANHAS DA JAQUEIRA – Nesta era de intelligentsia artificial e ao completar 95 anos de idade, estou ficando a cada dia mais intelijumento. Não sei mais rabiscar minhas garatujas semanais.  Perdi o tino. Coitado do papaizinho! Para não passar vergonha adquiri um cérebro eletrônico inteligente no Império GAFA — Google, Apple, Facebook, Amazon.

O nome dele é Corisco, o cangaceiro dos computadores. Pedi ele falar sobre guerras e outros trecos. Vejam o que ele aprontou. Tô tremendo de medo. Fala, Corisco! Câmbio! O mundo está em guerra. Aliás, a humanidade adâmica continua em guerra desde os tempos primevos de Abel e Caim. Ecoa a sentença bíblica, segundo o evangelista Mateus, os versículos 30-34. “Não pensem que eu vim para trazer a paz ao mundo, eu vim para trazer a espada”. Está escrito.

Daqui a 50 anos, os líderes mundiais Donald Trump III e Emanuel Macron Bisneto irão reunir-se em Genebra para discutir um cessar-fogo e no Oriente Médio e no Extremo Oriente e na guerra interna do BR. A ONU aprovou, por unanimidade, a centésima resolução para cessar entre árabes, judeus e brasileiros. Inútil. 

Eis um gênio do conjunto vazio. Minha inteligência artificial está dizendo aqui que ele é o patrono do analfabetismo cultural, uma farsa. Corisco dai-me algumas luzes sobre a alegoria da Caverna de Platão na Antiguidade:

As cavernas de Platão a escuridão da ignorância. Os habitantes das cavernas são prisioneiros das trevas. As paredes das cavernas projetam falsidades como se fossem realidades. Nas trevas da ignorância também prosperam as maldades humanas. Os prisioneiros que se libertam da caverna são incandescidos pelas luzes dos saberes.

O reino de Pindorama é povoado de cavernas. Existem cavernas high-tech com tapetes vermelhos e auriverdes, computadores e smartphones inteligentes.

Os príncipes de Pindorama andam nus com as mãos nos bolsos das cuecas, “não fazem o menor caso de encobrir ou de mostrar suas vergonhas”, na expressão do meu colega o repórter Pero Vaz de Caminha, na crônica sobre o achamento desta Terra de Vera Cruz, palácios, nas praias, nas avenidas e nas ruas, nos aeroportos, nas esquinas e encruzilhadas.

Mas, se um Zé Mané disser que eles estão nus, será esculachado, espinafrado, reprimido e poderá até ser capado. Fique ligado! Corisco se despede: Hasta, la vista, Cabroeira!

Por: José Adalbertovsky Ribeiro – Periodista, escritor e quase poeta

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *