Coligação composta pelos partidos: DEM, Podemos, PSD, PSC, PTB, MDB e PSDB – da chapa de oposição liderada pelo candidato a prefeito de Quipapá , Alvinho Porto , encaminhou denúncia ao Ministério Público, INSS e à Justiça do Trabalho, contra a candidata Lucemar Dias (PP) .
O documento alenca uma série de irregularidades cometidas pela candidata, que segundo juristas podem enquadrá-la em crimes de falsidade documental previdenciária, fraude processual e falsidade ideológica. Denúncia aponta que, Lucemar Dias, concorrente a prefeitura do município teria tentado se aposentar indevidamente a partir de contratos trabalhistas forjados. “As irregularidades observadas no processo são tão gritantes que há, inclusive, contratos simultâneos firmados em Quipapá e na Cidade de Olinda, além de um processo trabalhista com litígio simulado entre ela e um dos empregadores”.
“Na busca pela aposentadoria, Lucemar apresentou, na carteira de trabalho, contrato firmado, entre 1994 e 2010, como gerente de uma farmácia de Quipapá, pertencente a Plínio Sérgio Costa Chapoval. Acontece que, entre 2007 e 2015, a carteira de trabalho da candidata tem registrado também um contrato com a Conserbens Ltda. – (Top Service), de Olinda. Ou seja, entre os anos de 2007 e 2010, a prefeiturável esteve contratada por duas empresas distintas com sedes separadas por 180 quilômetros” diz o texto.
Denúncia afirma ainda que, em 1994, ano do início do suposto contrato com a farmácia, Lucemar era primeira-dama de Quipapá, tendo assumido, no período, secretarias municipais. Também entre 2007 e 2012, quando, segundo ela informa, estava atuando na Conserbens, a candidata ocupava, novamente, o cargo primeira-dama de Quipapá, tendo, mais uma vez, comandado diversas pastas na gestão. O tempo trabalhado nos dois empregos alegados coincide com fases em que ela estava exercendo cargos públicos. “A situação evidencia a tentativa de fraude”.
Na investida pela obtenção do benefício, Lucemar chegou a entrar com ação trabalhista contra o proprietário da farmácia, Plinio Sérgio Chapoval. Ao que tudo indica, o processo litigioso teria sido simulado com o intuito de convencer a Previdência a reconhecer o tempo supostamente trabalhado por ela na farmácia. Segundo informações da própria Justiça do Trabalho, a reclamante e o reclamado desapareceram após o juiz solicitar documentos a ambos (contracheques, registros de ponto, etc.). Com isso, o processo foi encerrado. E, obviamente, não foi constatado nenhum indício de que Lucemar tenha trabalhado na farmácia.
Importante frisar, destaca o documento, que, “Plínio Chapoval foi um dos muitos presos na Operação Gênesis, iniciativa do Ministério Público de Pernambuco que, em 2019, investigou a ação de uma quadrilha que desviou pelo menos R$ 18 milhões na contratação de serviços pela Prefeitura de Quipapá. Na época, Chapoval era secretário de Infraestrutura do município. “A ligação dela com Chapoval – nome que sempre exerceu cargos da atual gestão municipal confirma que a candidata, ao contrário do que ela diz, tem apoio e divide o palanque com o prefeito Cristiano Martins (PSB). “Mostra também que a associação de Lucemar com Plínio Chapoval extrapola o âmbito político, se estendendo, como visto, a investidas fraudulentas”.
As informações sobre a investida da candidata do PP sobre a Previdência têm tido grande repercussão em Quipapá. Moradores da cidade ficaram chocados com a notícia. “Nos bastidores da campanha há informações de que o impacto maior tem ocorrido diante do fato de Lucemar cometer crimes para tentar receber um dinheiro que sai dos cofres públicos e que faria falta a quem necessita de verdade”.